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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva menosprezou o bordão que será utilizado pelos tucanos na campanha de José Serra à Presidência da República, segundo o qual "o Brasil pode mais". Ao ser questionado se concordava com essa ideia, Lula respondeu que sempre acreditou que o País pode mais e, sem citar o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de forma direta, ironizou o PSDB e disse que os tucanos é que não acreditavam nisso quando estiveram à frente do governo.
"Primeiro, o Brasil sempre pode mais. O Brasil pode tudo. Eu sou o maior otimista e acredito que o Brasil pode e pode muito. É uma pena que quando eles governaram não acreditaram que (o Brasil) podia mais", disse, em entrevista coletiva concedida após participar do Congresso Brasileiro do Aço, na capital paulista.
Antes, durante discurso na cerimônia de abertura do evento, Lula fez um apelo aos empresários para que não haja turbulências econômicas no País por conta do ano eleitoral. Ele disse que era chamado de "demônio" quando concorreu às eleições em anos anteriores por conta do temor de que modificasse as bases da economia.
"Eu acho que vocês são profissionais e sabem que estamos vivendo um momento extraordinário. Eu só queria pedir para vocês o seguinte: eu acho que, em um ano eleitoral, a gente não deveria permitir que o processo eleitoral criasse qualquer transtorno nas políticas de investimento. Acabou aquela história de quando eu era candidato, em que diziam que eu era o demônio - 'vem aí o demônio' - e os empresários iriam fugir para Miami", afirmou.
"Esse País virou tão sério que, quem entrar para presidir, vai ter que ter mais juízo do que quem está saindo. Não há mais possibilidade de brincar com o Brasil. Nós cansamos de brincadeira e de irresponsabilidade."
Antes de Lula, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), havia feito um discurso em favor das privatizações feitas durante o governo FHC, principalmente em relação aos avanços do setor siderúrgico. Ele defendeu também a queda do monopólio da Petrobras. "Isso é uma questão pragmática e não ideológica. É uma questão de interesse do País", disse Goldman.