Presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Gustavo Petro, presidente da Colômbia (E); Claudia Sheinbaum, presidente do México, e Gabriel Boric, presidente do Chile (D), durante a Cúpula de Líderes do G20 (Ricardo Stuckert / Presidência da República)
Agência de notícias
Publicado em 9 de abril de 2025 às 08h04.
Última atualização em 9 de abril de 2025 às 08h05.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa nesta quarta-feira, 9, em Honduras, da 9ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), única organização que reúne os 33 países latino-americanos e caribenhos.
O evento ocorre em meio a anúncios de tarifas por parte do presidente americano, Donald Trump, e do deportações de imigrantes, incluindo latinos.
A Celac vive um momento de profunda fragilidade, mas Lula e seus aliados — entre eles o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que assumirá a presidência temporária da organização — buscarão alternativas para superar uma fase de profundas divisões.
O Itamaraty informou que o tema das tarifas não estava na pauta das negociações, até porque, quando a agenda foi preparada, não havia informação da extensão dessas tarifas.
Por outro lado, o tema da imigração será um dos destaques da Cúpula. A ideia é reativar um grupo de trabalho que existia na Celac para tratar do tema.
Devem participar do encontro ainda os presidentes do México, Claudia Sheinbaum, da Colômbia, Gustavo Petro, da Bolívia, Luis Arce, do Uruguai, Yamandú Orsi, de Cuba, Miguel Diáz-Canel, entre outros, segundo o governo hondurenho, que organiza a Cúpula dessa semana.
O Brasil levará a Honduras algumas propostas, entre elas a de articular um nome da região para disputar a secretaria-geral da ONU em 2026. O último latino-americano no cargo foi o peruano Javier Pérez de Cuéllar, de 1982 a 1991. Antes disso, haverá uma renovação dos membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e o governo Lula quer garantir um equilíbrio entre seus membros.
Existe o risco, comentaram fontes do governo brasileiro, de que a CIDH fique com uma maioria de membros conservadores, em alguns casos, ligados ao bolsonarismo no Brasil.
A Celac, criada em 2010 como um espaço no qual, diferentemente da Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos não participam, é principalmente um foro de debate, no qual as declarações presidenciais e ministeriais são aprovadas por consenso. O problema hoje para o Brasil é justamente esse: a obrigatoriedade do consenso. E a principal pedra no sapato de qualquer busca de união na Celac é a Argentina de Javier Milei, que, desde que assumiu o poder, atua como porta-voz dos EUA.