O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto, em 2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2024 às 08h38.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira, 9, em visita à Bolívia, o fortalecimento do papel integrador e econômico do Mercosul, com a Venezuela novamente incluída.
"O bom funcionamento do Mercosul, que agora tem a satisfação de acolher a Bolívia como membro pleno, contribui para a prosperidade comum", disse Lula.
Durante reunião de cúpula na véspera em Assunção, a Bolívia formalizou sua entrada no bloco, fundado em 1991. Horas depois, em reunião de empresários dos dois países em Santa Cruz de La Sierra, Lula destacou o papel do Mercosul nas negociações para um acordo de livre-comércio com a União Europeia, embora esse processo se encontre paralisado.
O presidente brasileiro também expressou seu desejo de que, após as eleições presidenciais do próximo dia 28, a Venezuela retorne para o Mercosul, de onde foi excluída em 2017, devido a uma "ruptura da ordem democrática".
"A normalização da vida política venezuelana significa estabilidade para toda a América do Sul. Por isso, fazemos votos de que as eleições transcorram de forma tranquila e de que os resultados sejam reconhecidos por todos", disse Lula.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, também manifestou o interesse do seu país em ingressar no Brics, do qual o Brasil faz parte, juntamente com Rússia, Índia, China e África do Sul.
Lula reiterou seu repúdio à tentativa de golpe militar sofrida por Arce há duas semanas: "Não podemos tolerar devaneios autoritários e golpismos. Temos a enorme responsabilidade de defender a democracia contra as tentativas de retrocesso."
O presidente brasileiro lembrou em seu discurso os incidentes de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, e citou as crises políticas na Bolívia em 2019 e no mês passado.
Lula destacou a importância de uma integração viária e energética com a Bolívia. Ele mencionou o gasoduto de cerca de 1.000 km que une os dois países, que pode servir para transportar o gás das reservas de Vaca Muerta, na Argentina. O governo Arce propôs alugar seus dutos para que o gás argentino chegue ao solo brasileiro.
Lula também mencionou a decisão de impulsionar um corredor ferroviário que ligue os portos brasileiros no Atlântico aos terminais sobre o Pacífico.