Lula reclamou inclusive do "Sucatão", como foi batizado o Boeing-707, antecessor do "Aerolula" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2010 às 16h01.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje a compra de um novo avião para as viagens de sua sucessora Dilma Rousseff. Em entrevista realizada durante visita ao Maranhão, ele argumentou que a aeronave atual, um Airbus-319, não tem autonomia de voo suficiente para longos percursos. "Não tem porque não comprar", disse.
No canteiro das obras da usina hidrelétrica de Estreito, na divisa do Maranhão com Tocantins, ele aproveitou para ironizar as críticas à decisão tomada no início de seu governo de adquirir o Airbus-319. Esse avião, batizado pelo Planalto de Santos Dumont e pela imprensa de "Aerolula", poderá, no próximo governo, ser substituído por uma aeronave mais eficiente. "Acabou aquela bobagem do 'Aerolula'", disse. "Agora, estou chateado porque vou deixar a Presidência e não levar o avião comigo."
Ainda em tom de ironia, ele propôs uma campanha da imprensa para ficar com o "Aerolula" após deixar o governo. "Poderia fazer uma campanha e levar o avião comigo", disse. Ele avaliou que a autonomia de 12 horas de voo do Aerolula não atende à demanda das viagens mais longas da Presidência.
Daí a necessidade de uma nova aeronave, já batizada de "Aerodilma" antes mesmo de o governo bater o martelo. "O Brasil precisa de um avião com maior autonomia para o presidente da República viajar", afirmou Lula. "É uma vergonha ter um avião de apenas 12 horas de autonomia."
Lula reclamou inclusive do "Sucatão", como foi batizado o Boeing-707, antecessor do "Aerolula", que hoje transporta funcionários do governo nas viagens presidenciais. Em uma viagem ao continente africano em 2007, o "Sucatão" sofreu pane em uma de suas turbinas, tendo de fazer um voo de emergência.
"O Brasil não pode ser um país grande do jeito que é e ter um comportamento humilhante lá fora, onde o 'Sucatão' nem pode parar", disse. "O 'Sucatão' está para lá de Bagdá", brincou. "As pessoas vão para o exterior trabalhar", completou o presidente.