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Luis Guillermo Solís é eleito presidente da Costa Rica

O centro-esquerdista obteve a maior quantidade de votos na história do país

Luis Guillermo Solís (REUTERS/Juan Carlos Ulate)

Luis Guillermo Solís (REUTERS/Juan Carlos Ulate)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 07h06.

San José - O centro-esquerdista Luis Guillermo Solís, de 53 anos, arrasou neste domingo no segundo turno das eleições presidenciais com a maior quantidade de votos na história da Costa Rica, e se tornou em presidente eleito com a promessa de conseguir uma união nacional, maior justiça social e equidade.

"Convoco para a união nacional. Que não haja mais divisões, mas que aquelas fruto da pluralidade. Que não haja conflito algum que possa dividir, e que além de partidos, convocados pela bandeira nacional, possamos caminhar unidos buscando a prosperidade", expressou Solís em seu discurso de vitória.

O presidente eleito, que assumirá o poder no dia 8 de maio, disse que "é o momento da mudança e da transformação" e que se sente "profundamente honrado" pelo apoio recebido nas urnas, que permitirá a seu Partido de Acción Ciudadana (PAC) governar pela primeira vez.

"Com esse mandato tão sólido me sinto profundamente honrado. Hoje temos uma das votações mais altas na história do país. Espero uma atitude construtiva da oposição, que será recíproca. Tenho certeza que assim será", expressou Solís, um historiador que dedicou 30 anos ao ensino.

Os últimos resultados do Tribunal Supremo de Eleições (TSE), com 94% das mesas apuradas, dão a Solís 77,88% dos votos e a seu rival do governante Partido Libertación Nacional (PLN), Johnny Araya, que tinha abandonado sua campanha eleitoral, 22,12%, no que representa a pior derrota eleitoral da formação.

Solís superou amplamente sua meta de conseguir um milhão de votos dos quase 3,1 milhões que formam o censo eleitoral, algo que na véspera parecia ambicioso demais.

Com 1.276.287 votos e faltando 6% das mesas por apurar, Solís obteve a maior quantidade de votos conquistada por um candidato presidencial na história costarriquenha.

Solís, que se declarou um social-democrata, destacou entre suas principais promessas de campanha a reativação do setor agropecuário, o fortalecimento das instituições públicas de infraestrutura, saúde e educação, assim como a erradicação da pobreza extrema que afeta 6% da população.

Além disso, prometeu melhorar a arrecadação e a luta contra a evasão a fim de combater o déficit fiscal que em 2013 fechou em 5,4% do Produto Interno Bruto, para o qual também impulsionará uma reforma tributária a partir de seu segundo ano de mandato.

Disse que seu governo buscará a maior justiça social e equidade, porque promoverá um "caminho diferente, uma democracia diferente com permanente convocação das pessoas".

Solís foi felicitado por telefone pela presidente atual, Laura Chinchilla, quem lhe ofereceu sua "mais plena disposição a gerar as condições que facilitem a transição de governo".

"Por telefone felicitei dom Luis Guillermo Solís, presidente eleito de toda a Costa Rica, e lhe expressei os melhores desejos de sucesso no árduo e complexo cargo da presidência da República", disse Chinchila em um comentário em seu perfil de Facebook.

Por sua vez, Johnny Araya, que se retirou da campanha há um mês, também felicitou Solís pelo triunfo e prometeu liderar uma oposição "construtiva e responsável".

"Recebo estes resultados com serenidade, com minha consciência tranquila, os recebo com maturidade, e começo por reconhecer com humildade e respeito os resultados que já conhecemos. Além disso, felicito o presidente eleito da Costa Rica, Luis Guillermo Solís", disse Araya em entrevista coletiva.

O presidente do Tribunal Supremo de Eleições, Luis Antonio Sobrado, qualificou em discurso como "histórico" e "incomum" o processo eleitoral, e felicitou o povo costarriquenho por estar "à altura do desafio".

Após a publicação dos resultados, milhares de costarriquenhos saíram às ruas para comemorar vestidos com camisetas e bandeiras alusivos ao partido de Solís.

"Tenho a mais absoluta clareza de que o mandato do povo é não repetir as mesmas práticas do passado e se algo haverá de defender este governo, é esse mandato", expressou Solís, criticando a "política clientelista" e a corrupção do PLN em repetidas ocasiões.

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