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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.
São Paulo - O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, acusou o governo federal de promover o loteamento de cargos públicos em ministérios e empresas estatais. Ele citou de forma específica os Correios e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
"Chegamos ao ponto extremo no caso da administração federal. O loteamento chegou a praticamente todas as esferas", afirmou, durante debate promovido na capital paulista pelo jornal "Folha de S.Paulo" e pelo portal UOL, em resposta a pergunta de um internauta sobre o que faria, se eleito, para combater o aparelhamento do Estado. "A Funasa foi praticamente jogada no chão pelo loteamento político. Um descalabro."
"Nos Correios, foi tudo loteado entre partidos, setores de partidos e grupos de deputados, baixando muito o nível dos serviços", disse. Serra afirmou que a primeira coisa que fez quando assumiu o Ministério da Saúde durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi "limpar a Funasa". "É preciso dar um choque e um fim a esse troca-troca desavergonhado." A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, pediu direito de resposta, mas a organização do debate considerou não ter havido ofensa pessoal na fala de Serra.
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, foi questionada sobre o que achava do fato de bancos e empreiteiras estarem entre os maiores doadores de recursos para a campanha de políticos no País. "Se as doações não são feitas por amor, devem ser feitas de acordo com a lei, com transparência e pudor", respondeu. Ela disse que sua campanha já conta com a contribuição de 400 pessoas físicas pela internet, "quebrando a lógica de poucos contribuindo com muito". Ela aproveitou ainda a pergunta feita a Serra para dizer que foi a única, entre os candidatos, que teve liberdade para escolher seu vice, o empresário Guilherme Leal.
Dilma foi questionada sobre sua posição sobre o aborto. "Eu pessoalmente não sou a favor do aborto. Não acredito que tenha uma mulher que seja favorável ao aborto. São situações a que mulheres recorrem no desespero. É uma questão de saúde pública", disse, ressaltando ser a favor do procedimento nos casos estabelecidos por lei - estupro e risco de morte para a mulher. De acordo com ela, nos casos de conflito, cabe à Justiça arbitrar cada caso. "A lei é clara e deve ser cumprida."
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