Londres - O Museu de História Natural de Londres apresentou nesta quarta-feira uma mostra na qual recriações em tamanho real de mamutes, fósseis quase completos e um filhote de 42 mil anos disputam a atenção dos visitantes.
"Mammoths: Ice Age Giants" (Mamutes: Gigantes da Era do Gelo, em livre tradução), que será aberta ao público na próxima sexta-feira e se estenderá até o dia 7 de setembro, reúne vários exemplares desse primo distante do elefante, que habitou nosso planeta 4 milhões de anos atrás e foi extinto há 4 mil.
Grande, muito pesado e com longas presas curvadas, o chamado mamute "lanudo", que habitou a Terra entre 700 mil e 4 mil anos atrás, é o mais conhecido, o que mais vezes apareceu em desenhos animados e o que possui mais exemplares conservados, já que eles viviam em zonas frias e acabaram presos ao gelo.
Mas, essa espécie não é a única. A exposição também conta com um protótipo em tamanho real de um mamute "colombiano" encontrado em Wyoming, nos EUA, em 1960.
Trata-se de um mamute maior, com cerca de quatro metros de altura e que vivia na América do Norte. Essa espécie, que comia aproximadamente 230 quilos de vegetação por dia, também possui presas mais curvadas que a do mamute lanudo, as quais podiam medir até 4,8 metros.
A mostra também aborda o mamute "anão", animal com tamanho similar ao de um cavalo grande, que vivia em ilhas de clima cálido e cujo tamanho foi diminuindo ao longo dos anos para se adaptar à escassez de alimentos - ao ser menor necessitava menos alimento para sobreviver.
O safári pela Era do Gelo no museu londrino termina com Lyuba, um filhote de mamute "lanudo" que morreu há 42 mil anos, quando tinha apenas um mês de vida, e ficou preso no gelo.
"Lyuba é incrível. É muito especial. É um mamute bebê e não é um fóssil, não estamos falando de um esqueleto, mas de um mamute inteiro com sua carne, pele e trompa. Se conservou durante 42 mil anos na "permafrost" - camada de solo permanentemente congelada - da Sibéria", explicou hoje à Agência Efe Victoria Herridge, pesquisadora de Ciências da Terra do Museu.
A pequena mamute foi achada em 2007 praticamente completa, segundo Herridge, e esta é a primeira vez que o animal será exposto na Europa ocidental, tendo em vista que já foi exposto na Rússia e Chicago (EUA).
Embora tenha sido elaborada com foco no público infantil, já que conta com inúmeros dispositivos interativos e jogos, a mostra também traz uma parte mais técnica da exposição, na qual se explica que 70% do DNA dos mamutes foi sequenciado, mas que a parte crucial de seu genoma continua sendo um mistério.
Desta forma, a possível opção de clonagem, através do ventre de uma elefanta, ainda se mostra distante.
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1. Tigre Dente de Sabre
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Com dentes caninos superiores que chegavam a medir até 20 centímetros, o Smilodon, popularmente conhecido como Dente de Sabre, era um felino poderoso, que viveu a mais de 10 mil anos atrás. Mais robusto que os leões, esse mamífero conseguia abater um mamute inteiro com suas mandíbulas que se abriam num ângulo de 95 graus. Uma mordida bem dada podia levar sua presa a sangrar até a morte. Fósseis bem preservados da espécie foram encontrados no sítio arqueológico de La Brea Tar Pits, em Los Angeles, nos EUA, de onde é possível extrair informação genética.
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2. Moa
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Semelhantes aos avestruzes e emas, as Moas foram algumas das maiores aves que andaram pelo planeta, chegando a medir 3.6 metros de altura e pesar 230 quilos. Nativa da Nova Zelândia, elas viram seu habitat declinar com a colonização europeia e sua população reduzir até à extinção, há 600 anos, pela caça indiscriminada. Por ter desaparecido há pouco tempo, suas penas e ovos ainda podem ser encontrados relativamente intactos em fósseis. Pesquisadores também já extraíram seu DNA de cascas de ovos antigos para teste em projetos de clonagem.
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3. Mamute peludo
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Em 2011, um grupo de cientistas da Universidade de Kyoto anunciou suas intenções de clonar, num período de cinco anos, um exemplar do mamute peludo, extinto na última Era glacial, há mais de 11 mil anos. Para simplificar o processo, há a possibilidade de usar um elefante de hoje para dar a luz ao animal pré-histórico. Não falta informação genética sobre os mamutes. Em 2008, pesquisadores americanos conseguiram o feito inédito de sequenciar o DNA do mamífero a partir de pelos fossilizados encontrados no gelo siberiano. Mais recentemente, em abril de 2012, foi encontrado na mesma região uma carcaça inteira muito bem preservada de um mamute juvenil, morto há 10 mil anos.
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4. Preguiça gigante
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Outro bom candidato para a ressurreição é a preguiça gigante, que andou sobre a Terra há mais de 8 mil anos. Amostras de DNA já foram extraídas de restos de pelo intacto do animal, encontrados em sítios arquológicos pelo mundo. O problema é achar uma mãe de aluguel que aguente carregar um bebê-clone deste mamífero de força descomunal com seus 4 metros de altura e 4 toneladas. Minúsculo, seu parente mais recente, o bicho-preguiça, não pode dar conta do recado. A esperança dos cientistas é um dia desenvolver o feto de uma preguiça gigante em um útero artificial.
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5. Lobo da Tasmânia
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Nativo da Austrália e Nova Guiné, o Lobo da Tasmânia é considerado o maior marsupial conhecido dos tempos modernos. Ele foi extinto em torno de 1930, em grande medida pela ação indiscriminada de caçadores. Pelo fato de ter sumido há tão pouco tempo, muitos espécimes mantém-se preservados em museus mundo a fora. Pesquisadores americanos e australianos já planejam cloná-lo para reintroduzir o animal na natureza. Eles extraíram trechos do DNA de tecido do animal com mais de um século. Depois, eles inseriram essa informação genética – que consistia num regulador de cartilagem - em camundongos. No experimento, os genes se expressaram com sucesso.
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6. Rinoceronte peludo
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Os mamutes não são os únicos mamíferos gigantes do período gelado do Pleistoceno na lista da ressurreição. Outro mega herbívoro é o Rinoceronte peludo, extinto há mais de 10 mil anos. Por ter vivido na tundra glaciar, vira e mexe partes do espécime são encontradas congeladas e bem preservadas, de onde se pode extrair DNA.
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7. Dodo
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O Dodo foi um pássaro endêmico das ilhas Maurícios, no Pacífico, que desapareceu em apenas 80 anos desde que foi descoberto por europeus, por volta do ano 1600. Por não ter predadores na ilha e conseguir alimentos em abundância, o Dodo perdeu a habilidade de voar e vivia tranquilo no nível do solo, tornando-se presa fácil para o homem. Os cientistas estão em busca de DNA suficiente para criar um clone que poderia ser implantado nos ovos de pombos, seu parente moderno. Amostras de DNA foram recentemente recuperadas de espcimes abrigados no Museu de História Natural da Universidade de Oxford.
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8. Huia
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Nativa da Nova Zelândia, essa ave de plumagem preta, com a ponta das asas e cauda branca, e papos laterais de cor laranja foi extinta no início do século XX. O último registro visual confirmado ocorreu em 1907. As fêmeas possuíam bicos longos e curvados enquanto nos machos era curto. Desde 2000, cientistas do país tentam clonar o pássaro.