O BIG BEN E O PARLAMENTO, EM LONDRES: polícia britânica prendeu sete suspeitos ligados ao ataque de ontem / Eddie Keogh/ Reuters
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2017 às 18h25.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h05.
“Este é um daqueles dias para o qual nos preparamos, mas esperávamos que realmente nunca acontecesse.” A frase de Mark Rowley, comissário-chefe de contraterrorismo da Polícia Metropolitana de Londres, mostra como os britânicos reagiram a um atentado ao Parlamento Britânico no começo da tarde desta quarta-feira. Quatro pessoas morreram, entre elas um policial, e pelo menos 20 ficaram feridas em uma das regiões mais movimentadas de Londres, ao pé do relógio Big Ben e ao lado da Ponte de Westminster.
A polícia trata o ocorrido como uma ameaça terrorista, a maior desde os atentados a bomba que deixaram 52 mortos no metrô londrino em julho de 2005. O atentado acontece uma semana antes de a primeira-ministra Theresa May assinar o Artigo 50, que dá início ao Brexit, o desembarque britânico da União Europeia. A saída foi votada há nove meses e teve como principal motivação o desejo dos britânicos de proteger suas fronteiras contra imigrantes e possíveis ataques terroristas.
O ataque começou com um homem atropelando pedestres na ponte e jogando o veículo contra o muro do Parlamento. Em seguida, saiu do carro e esfaqueou um policial. A polícia atirou e matou o homem na sequência, enquanto ele caminhava em direção ao Parlamento. Ainda não há informações sobre os motivos do ataque. O incidente aconteceu às 14h40 de Londres (11h40 de Brasília), e jornalistas e parlamentares ficaram detidos por horas dentro do prédio, enquanto oficiais realizavam uma varredura em suas dependências.
A Câmara britânica estava em sessão conjunta nesta quarta-feira. A primeira-ministra Theresa May, que se encontrava no Parlamento, foi retirada às pressas do edifício. Líderes internacionais, como o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, lamentaram o ataque e disseram estar ao lado do Reino Unido no combate ao terrorismo.
O ataque de hoje acontece no aniversário de um ano do atentado suicida que matou 32 pessoas em Bruxelas, na Bélgica. Autoridades políticas temem que Londres, que parecia estar sendo poupada do aumento das ameaças terroristas recentes na Europa, volte a figurar na lista de alvos de violência em massa, ao lado de outras capitais do continente, como Paris e Berlim.