O primeiro-ministro britânico, David Cameron: porta-voz do governo disse que o Reino Unido poderia adotar uma decisão antes da apresentação dos resultados da ONU (Stefan Wermuth/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2013 às 09h06.
Londres - As forças armadas do Reino Unido preparam um "plano de contingência" para uma eventual ação militar na Síria em resposta ao suposto ataque químico perpetrado pelo regime do presidente Bashar al-Assad, segundo o governo britânico informou nesta terça-feira.
Um porta-voz do governo, sem dar mais detalhes, afirmou que o Reino Unido poderia adotar uma decisão antes da apresentação dos resultados da missão da ONU que inspeciona a área próxima a Damasco onde ocorreu o suposto ataque com armas químicas na última quarta-feira.
"Nenhuma decisão foi adotada ainda. Continuamos estudando com nossos parceiros internacionais qual deveria ser a resposta adequada mas, como parte disto, estamos preparando planos de contingência para as forças armadas", explicou a fonte oficial.
Downing Street afirmou que o primeiro-ministro, David Cameron, continuará mantendo conversas com outros líderes internacionais para chegar a um acordo para "uma resposta proporcional" frente ao conflito.
Em todo caso, qualquer resposta que Londres adotar "se ajustará à legislação internacional", garantiu.
"Há evidências que virão da ONU e que estudaremos mas também há um processo paralelo que está sendo feito e que consiste em estudar as evidências que já temos, as evidências que os Estados Unidos e nossos parceiros internacionais já têm", disse o porta-voz do governo britânico.
O chefe do Executivo retorna hoje ao trabalho após encurtar suas férias de verão para coordenar a reação britânica frente ao conflito e anunciará ao longo do dia se convoca de maneira antecipada o Parlamento para debater a questão.
"Faremos um anúncio mais tarde sobre se haverá ou não uma convocação adiantada para debater estes assuntos", revelou Downing Street.
Também está previsto que Cameron presida amanhã uma reunião com o Conselho de Segurança Nacional, que contará com a participação de ministros, responsáveis militares e membros dos serviços de inteligência.
O primeiro-ministro vem recebendo uma forte pressão de deputados de todos os partidos, que exigem que se consulte o Parlamento sobre qual será a resposta britânica diante do conflito.
O porta-voz oficial recusou comentar se um possível debate parlamentar sobre a Síria incluiria necessariamente a realização de uma votação dos deputados.
O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, admitiu nesta segunda-feira que é possível levar a cabo uma intervenção militar sem contar com o apoio unânime da ONU.