O pontífice argentino e Kirchner: a presidente, que almoçou hoje com o papa Francisco, explicou após a reunião que que solicitou "sua intermediação para conseguir o diálogo na questão das Malvinas". (AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2013 às 15h27.
Londres - O governo do Reino Unido disse nesta segunda-feira que não espera que o papa Francisco, de nacionalidade argentina, irá se envolver na polêmica disputa sobre a soberania das ilhas Malvinas e lembrou que moradores do arquipélago afirmaram recentemente em um referendo seu desejo de serem britânicos.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, pediu hoje ao pontífice que interceda para abrir um diálogo entre o Reino Unido e a Argentina.
"A Santa Sé é clara em considerar que a questão das ilhas Falkland (como o Reino Unido chama as Malvinas) é de caráter bilateral entre nações soberanas e que não tem um papel a desempenhar. Não esperamos que essa posição mude", afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico.
O porta-voz frisou que quase cem por cento dos moradores das ilhas votaram para continuarem sendo britânicos. A consulta "enviou uma clara mensagem a todo o mundo de que os ilhéus querem seguir sendo um território britânico em ultramar", concluiu o funcionário.
Por sua parte, o escritório em Londres do governo das Malvinas disse à Agência Efe que não vê um vínculo entre a disputa sobre as ilhas e o fato do novo papa ser argentino.
"A nomeação do papa não tem nada a ver" com a relação das Malvinas com a Argentina, disse o porta-voz.
Em Roma, a presidente argentina contou que em sua primeira audiência com o pontífice pediu a ele que interceda para abrir um diálogo entre o Reino Unido e Argentina sobre as ilhas Malvinas.
A presidente, que almoçou hoje com o papa Francisco, explicou após a reunião que abordou com o pontífice "um tema muito delicado para os argentinos" e que solicitou "sua intermediação para conseguir o diálogo na questão das Malvinas".