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Localização da Conferência sobre Mudança Climática minimiza protestos

Quase todas as manifestações de protesto na 16ª Conferência das Partes da ONU ocorreram sem nenhum destaque

COP16 ocorre longe da chamada Zona Hoteleira de Cancún, no México (Keith Pomakis/Wikimedia Commons)

COP16 ocorre longe da chamada Zona Hoteleira de Cancún, no México (Keith Pomakis/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 05h49.

Cancún - As tradicionais manifestações e protestos de ativistas são as grandes ausências da 16ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança Climática (COP16) devido à localização e a complexa logística para chegar e movimentar-se entre as distintas sedes da reunião.

Protestos isolados, formado, às vezes, por dez, 20 pessoas, a maioria participantes credenciadas na COP16, ocorreram na sede do evento, quase todas sem nenhum destaque.

O Governo mexicano elegeu para celebrar a reunião uma área afastada da chamada Zona Hoteleira de Cancún, em uma faixa de praia compreendida entre dois pontos conhecidos como El Caracol e El Rei.

As reuniões estão sendo realizadas no recém-construído Centro de Exposições Cancunmesse e o Hotel Moon Palace, um complexo de luxo afastado dos demais hotéis onde ocorre a maior parte das atividades, e ao qual se chega atravessando uma via privada de mais de um quilômetro de floresta.

Ambos os recintos, distantes oito quilômetros entre si, estão completamente fechados por um dispositivo de segurança extremo, e só é possível deslocar-se entre um e outro prédio em ônibus fretados pelo Governo mexicano, por isso que os ativistas sem credenciamento não têm possibilidade sequer de se aproximar.

Às vezes, é possível ver pequenos grupos às margens da estrada perto do Cancunmesse com cartazes e mensagens alusivas à mudança climática.

As distâncias entre as sedes não favoreceram que a sociedade civil pudesse expressar e fazer chegar a mensagem de forma direta aos reunidos no Moon Palace, reconheceu em declarações à Agência Efe o coordenador da campanha de clima e energia do Greenpeace México, Gustavo Ampugnani.

"É lamentável porque (a logística do evento) afastou os delegados dos países das justas reivindicações da sociedade civil", acrescentou.

O Moon Palace conta com três sedes: "Nizuc", base de um centro de imprensa que os meios de comunicação deixaram quase vazio porque ali não ocorrem as entrevistas coletivas; "Maya", onde ocorrem as reuniões dos participantes e fica a sala plenária; e "Azteca", a 50 metros do segundo, local das principais coletivas de imprensa e onde há outro plenário.

Ao longo da estrada que liga Moon Palace a Cancunmesse com os demais hotéis de Cancún há dezenas de policiais federais e soldados do Exército mexicano.

Algumas ONGs que participam da COP16 optaram por unir forças com companheiros de organizações civis para que suas manifestações sejam mais numerosas, mas nem assim passam de 20.

Também longe, a 22 quilômetros do Moon Palace e no centro de Cancún, fica a Vila da Mudança Climática, um espaço aberto ao público e às diversas organizações da sociedade civil.

No entanto, sua localização remota há marginado à "Vila" da atenção dos meios de comunicação.

Na terça-feira está prevista uma manifestação que partirá de Cancún com direção à COP16 e à qual devem se somar diversas organizações ambientalistas e camponesas, entre Oxfam e Greenpeace.

No entanto, "o impacto que esse protesto possa ter está totalmente amortecido pela distância e o isolamento dos delegados", precisou Ampugnani.

A direção de Defesa Civil de Cancún, o principal destino turístico do México, ordenou na quinta-feira suspender a venda de combustível em recipientes e somente fornecê-lo diretamente nos veículos em 74 postos de gasolina da cidade para que o hidrocarboneto não seja usado nesses protestos

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