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Livro do jornalista Bob Woodward é uma fraude, diz Trump

"Gostaria que as pessoas pudessem ver a realidade - e nosso país vai MUITO BEM!", completou

WASHINGTON, DC - AUGUST 29:  U.S. President Donald Trump speaks during an announcement of a grant for a drug-free community support program at the Roosevelt Room of the White House August 29, 2018 in Washington, DC. According to the WhiteHouse.gov website, "the DFC Program provides grants to community coalitions to strengthen the infrastructure among local partners to create and sustain a reduction in local youth substance use."  (Photo by Alex Wong/Getty Images) (Alex Wong/Getty Images)

WASHINGTON, DC - AUGUST 29: U.S. President Donald Trump speaks during an announcement of a grant for a drug-free community support program at the Roosevelt Room of the White House August 29, 2018 in Washington, DC. According to the WhiteHouse.gov website, "the DFC Program provides grants to community coalitions to strengthen the infrastructure among local partners to create and sustain a reduction in local youth substance use." (Photo by Alex Wong/Getty Images) (Alex Wong/Getty Images)

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AFP

Publicado em 7 de setembro de 2018 às 16h37.

O presidente americano, Donald Trump, chamou de "fraude", nesta sexta-feira (7), o livro do jornalista investigativo Bob Woodward sobre sua presidência, afirmando que seu conteúdo é inventado.

"O livro de Woodward é uma fraude. Eu não falo da forma que sou citado. Se esse fosse o caso, não teria sido eleito presidente", escreveu o presidente em um tuíte, de Montana.

"O autor usa em seu livro todas as artimanhas possíveis para degradar e depreciar", acrescentou.

"Gostaria que as pessoas pudessem ver a realidade - e nosso país vai MUITO BEM!", completou.

Ao longo das 448 páginas de "Fear: Trump in the White House" ("Medo: Trump na Casa Branca), o jornalista americano descreve Trump como um homem inculto, colérico, imprevisível e incapaz de enfrentar os desafios da presidência, cujos funcionários se esforçam para controlar e evitar suas subidas de tom.

Woodward relata, por exemplo, a frustração recorrente do chefe de gabinete, John Kelly, tradicionalmente o homem mais próximo do presidente na "Ala Oeste". Em uma reunião entre um círculo reduzido, Kelly teria dito sobre Trump: "É um idiota. É inútil tentar convencê-lo de qualquer coisa (...) Nem sei o que estou fazendo aqui. Este é o pior trabalho que já tive".

Em uma breve reação, Kelly garantiu que nunca chamou o presidente de "idiota" e reafirmou seu compromisso com Trump.

O empresário nova-iorquino tomou, por sua vez, um exemplo concreto do trabalho de Woodward para tentar desqualificá-lo. No início da semana, disse que nunca descreveu seu secretário da Justiça, Jeff Sessions, de "retardado" e "estúpido do Sul", como afirma o livro. Disse ainda nunca ter usado a palavra "retardado" para se referir a quem quer que seja.

Foi rapidamente desmentido por várias gravações, porém, as quais demonstraram que ele já usou o termo no passado, em especial para se referir a um jornalista que questionou seu talento como empresário.

Junto com Carl Bernstein, Woodward revelou o escândalo do Watergate, que levou à renúncia do presidente Richard Nixon.

Crescimento econômico

O impacto do livro de Woodward se multiplicou com a publicação, no jornal "The New York Times", também esta semana, de um artigo de opinião anônimo escrito por um funcionário de alto escalão do governo Trump.

No texto, o funcionário se apresenta como um membro da "resistência" dentro da Casa Branca e denuncia "a amoralidade do presidente".

Sobre este artigo, o presidente americano, a boro do Air Force One, declarou nesta sexta que o seu secretário de Justiça, Jeff Sessions, "deveria estar investigando o autor desse artigo, porque realmente acredito que é (uma questão) de segurança nacional".

Em meio ao mistério sobre a identidade desse "alto funcionário do governo", cada detalhe sobre seu estilo e as referências a eventos, ou indivíduos, estão sendo analisados em busca de qualquer pista que leve à sua identificação.

Segundo o jornal, a Casa Branca tem uma lista de 12 possíveis suspeitos.

É notável que Trump, que nunca perde a oportunidade de classificar os jornalistas como "inimigos do povo", agora estimule a imprensa a redobrar seus esforços investigativos para descobrir quem é o autor do artigo.

A crise envolvendo a Casa Branca preocupa os republicanos em sua corrida nas eleições de meio de mandato, em novembro próximo, temendo perder a maioria no Congresso. Consciente do que está em jogo, Trump está multiplicando suas viagens de campanha, ainda que sua presença na linha de frente possa ser uma faca de dois gumes.

Na quinta-feira à noite (7), em Billings, Montana, o próprio presidente levantou o tema de seu eventual impeachment para estimular a mobilização de sua base eleitoral no período prévio à votação.

"Eles gostam de usar a palavra impeachment", brincou, ainda que seus oponentes democratas continuem sendo muito cautelosos sobre este tema, potencialmente contraproducente.

"Como se pode reivindicar o impeachment de alguém que faz um excelente trabalho, que não fez nada de mal? Nossa economia está bem. Como podem fazer isso?", questionou.

Nesse sentido, os números publicados nesta sexta podem dar a Trump um motivo para comemorar: a economia continuou seu crescimento em agosto, acima das expectativas dos analistas, e o nível de desemprego se manteve em 3,9%.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)

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