James Comey: seu livro é a primeira coleção de memórias lançada por alguém que atuou no governo Trump
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2018 às 06h24.
Última atualização em 17 de abril de 2018 às 07h11.
Depois que o livro Fogo e Fúria: por dentro da Casa Branca de Trump, do jornalista Michael Wolff, trouxe um furacão para a administração de Donald Trump no início do ano, hoje um novo título chega às livrarias com o presidente americano na mira.
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Nesta terça-feira acontece o lançamento oficial do livro A Higher Loyalty (Uma lealdade maior, numa tradução livre), do ex-diretor do FBI, James Comey, que foi demitido por Trump em maio do ano passado sob alegações de ter mal conduzido as investigações a respeito dos e-mails da candidata democrata Hillary Clinton.
O livro de Comey é a primeira coleção de memórias lançada por uma das pessoas que atuou juntamente à Casa Branca desde que a gestão Trump começou.
E muito antes de seu lançamento já causou alvoroço na imprensa, que recebeu cópias antecipadas da obra. Nos excertos selecionados previamente, Comey fala desde seu primeiro encontro com Trump até de conversas onde o presidente falava incessantemente sobre as mulheres que o acusavam de assédio sexual.
Comey, que começou sua carreira como um promotor especializado em processos contra a máfia, relembra da sensação nostálgica que Trump o dava com seu comportamento muito semelhante a grandes chefões e mafiosos.
Para completar a bomba, Comey deu uma entrevista à rede de TV ABC no último domingo — a primeira desde que foi demitido — em que afirmou que Donald Trump é “moralmente incapaz” de ocupar o cargo de presidente e que ele trata mulheres como “pedaços de carne”.
Trump, como de costume, revidou em sua conta no Twitter, afirmando que as memórias são mentiras de Comey, quem ele “mal conhecia”, e que o ex-diretor seria lembrado como o pior dirigente do FBI na história.
Assim como Wolff, conhecido por ser um jornalista da alta sociedade nova iorquina, Comey está sendo colocado sob escrutínio por seu livro: republicanos endossam o discurso de as memórias não passam de mentiras, enquanto democratas se dividem entre os que o tratam como herói e os que relembram a atitude do ex-diretor de reabrir a investigação sobre os e-mails de Hillary Clinton dias antes das eleições de 2016 — o que muitos acreditam ter sido a causa final da derrota da candidata.