A polêmica lei permite que símbolos judeus sejam usados como símbolos oficiais de Israel (Thomas Coex/AFP/AFP)
EFE
Publicado em 19 de julho de 2018 às 12h15.
Cairo - A Liga Árabe condenou nesta quinta-feira a polêmica lei "Estado-nação" aprovada pelo parlamento de Israel para blindar o caráter judaico do país, e garantiu que, com ela, se legaliza o regime segregacionista do "apartheid".
Em comunicado, a organização considerou "grave" a ratificação desta lei e a descreveu como uma nova "desconsideração em relação aos direitos históricos do povo palestino em seu território", assim como uma "extensão da herança colonial".
Para a Liga Árabe, a lei "consolida" as "práticas racistas (de Israel) que anulam o outro impondo os fatos pela força".
O parlamento israelense aprovou na madrugada de hoje, após um acalorado e longo debate, a controversa lei "Estado-nação" que também reserva o direito à autodeterminação a esse coletivo e deixa o hebraico como única língua oficial, entre críticas por ser considerada discriminatória.
A lei também declara Jerusalém como capital de Israel e o calendário hebreu como o oficial do Estado.
A Liga Árabe acrescentou que a nova norma não leva em conta os demais porque legaliza os assentamentos e dá completa liberdade às "autoridades da ocupação israelense" para confiscar terrenos e deixá-los abandonados, demolir casas e não respeitar os direitos dos palestinos.
A organização ressaltou que, com essa lei, Israel legaliza "o apartheid" e "pratica a limpeza étnica".
A Liga Árabe também pediu à comunidade internacional que pressione Israel para obrigá-lo a aplicar a legislação internacional e a "prestar contas" pela "violação sistemática das leis internacionais".