Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia: "A liderança dos setores público e privado é necessária para proteger as riquezas naturais dos países da América Latina" (Eitan Abramovich/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2011 às 17h23.
São Paulo - Os principais líderes políticos e empresariais da América Latina se reuniram em Cartagena, Colômbia, para a abertura do Conselho de Conservação para a América Latina. O grupo é formado por 32 integrantes influentes e foi criado para enfrentar os desafios atuais mais importantes da América Latina.
Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, foi o orador no jantar de encerramento, que ocorreu na Casa de Hóspedes Ilustres, a residência presidencial. Em seus comentários ao Conselho, o presidente Santos aplaudiu a liderança do setor privado, que tratará de questões de sustentabilidade por meio de sua participação no Conselho de Conservação para a América Latina, e ressaltou a prioridade dada pelo governo colombiano à sustentabilidade em seu plano de desenvolvimento.
“A liderança dos setores público e privado é necessária para proteger as riquezas naturais dos países da América Latina. Juntos, podemos criar oportunidades para promover a conservação e preservar a saúde dos ecosistemas naturais que sustentam as pessoas e as economias da região,” disse Santos.
A reunião foi coordenada pela The Nature Conservancy (TNC), organização global que trabalha na América Latina há mais de 35 anos. O Conselho é co-presidido pelo Ex-Secretário do Tesouro dos Estados Unidos Henry M. Paulson, e o Diretor Geral da Warburg Pincus do Brasil, Alain Belda. A criação do Conselho de Conservação para a América Latina foi anunciada em 8 de setembro, na Cidade do México, por Paulson, Belda, Mark Tercek, CEO da The Nature Conservancy, e por Roberto Hernández Ramírez, membro do Conselho, presidente da diretoria do Banco Nacional do México e vice-presidente da diretoria da TNC.
Durante a reunião, que durou dois dias, os conselheiros debateram soluções empresariais inovadoras que possam contribuir para os desafios enfrentados pela natureza na América Latina. O Conselho decidiu centrar seus esforços nas áreas de segurança alimentar, segurança hídrica e desenvolvimento de infraestrutura inteligente.
Alguns membros do Conselho já contribuíram com recursos para apoiar a abordagem destas três questões ambientais urgentes. Estes investimentos vieram de membros do Conselho ou de instituições ou companhias às quais estão filiados.
Os membros do Conselho concordaram que a escala dos desafios de conservação da região justifica uma abordagem regional. Os membros identificaram pelo menos uma dúzia de projetos-piloto nos quais soluções de conservação podem ser testadas, avaliadas e aperfeiçoadas. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) vem trabalhando com a TNC para identificar possíveis projetos e continuará apoiando esta iniciativa no futuro, disse o presidente do Banco e membro do Conselho, Luis Alberto Moreno. O BID e a TNC têm trabalhado em conjunto em várias iniciativas.
Alguns dos projetos apoiados pelo Conselho e cuja implementação inicial já está programada incluem: a restauração de bacias hidrográficas em São Paulo, Monterrey (México) e na bacia do rio Magdalena (Colômbia); a disseminação de práticas agropecuárias sustentáveis no estado do Pará; e o desenvolvimento de uma rede de áreas marinhas e costeiras na Baixa Califórnia (México) resilientes aos impactos das mudanças climáticas e geridas de maneira sustentável.
Com o tempo, o Conselho espera que os projetos-piloto resultem em modelos de conservação que possam ser replicados em toda a região. O Conselho gerenciará os projetos e estratégias selecionados, contribuindo com ideias e pautas à medida que estes sejam desenvolvidos e implementados.
“Tivemos uma reunião fundamental e muito produtiva”, afirmou Henry M. Paulson. “Concordamos que a América Latina, que apresenta economias em crescimento, encontra-se em um momento fundamental para preservar a saúde dos sistemas naturais que sustentam os habitantes da região. O Conselho trabalhará com vários grupos para desenvolver estratégias eficazes, em especial as que se baseiem em ações privadas que complementem as políticas públicas e investimentos governamentais", acrescentou Paulson.
“Levando-se em conta a participação ativa de seus membros durante a reunião e o nível de compromisso, estou confiante que o Conselho terá papel fundamental na promoção de novas estratégias de conservação em toda a região,” expressou Belda.
Dentre os compromissos anunciados na reunião, está uma doação de US$ 3,3 milhões vinda do Conselheiro Alejandro Santo Domingo para apoiar esforços de conservação que promoverão a segurança hídrica na Bacia do Rio Magdalena.
“Este é um momento fundamental para abrir novos caminhos para o crescimento sustentável e responsável”, disse Mark Tercek, presidente e CEO da The Nature Conservancy. “A visão do Conselho é criar uma ação imediata para garantir que os sistemas naturais da América Latina permaneçam intactos e possam satisfazer as necessidades da natureza e dos habitantes da região", concluiu o presidente.