Bernie Sanders: o pré-candidato também criticou a dependência de Hillary dos doadores ricos para custear sua campanha (Mike Blake / Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2016 às 09h48.
Washington - Depois de acumular vitórias em primárias do Partido Democrata no final de semana em três Estados norte-americanos, o pré-candidato Bernie Sanders disse no domingo que conquistou um ímpeto político que pode ajudá-lo a obter o apoio de líderes partidários na disputa contra a adversária Hillary Clinton.
Sanders venceu com facilidade no Alasca, em Washington e no Havaí no sábado, e seus comentários mais recentes têm por objetivo desgastar Hillary, que ainda tem boa vantagem no número de delegados partidários necessários para garantir a indicação democrata e concorrer na eleição presidencial do dia 8 de novembro.
Entrevistado no domingo por várias redes de televisão dos EUA, Sanders disse que os "superdelegados" democratas, que não têm obrigação de votar de acordo com os resultados das prévias, podem se sentir pressionados a endossá-lo porque a maioria das pesquisas de opinião indicam que ele tem mais chance de derrotar um candidato republicano do que a ex-primeira-dama.
"O ímpeto está conosco", afirmou Sanders, senador de Vermont, no programa State of the Union, da CNN. "Muitos destes superdelegados podem repensar sua posição em relação a Hillary Clinton".
Sanders também criticou a dependência de Hillary dos doadores ricos para custear sua campanha.
Ele citou um jantar de arrecadação que será presidido pelo ator George Clooney no mês que vem, no qual os apoiadores terão que doar pelo menos 33.400 dólares para comparecer, ou 353.400 dólares, quase sete vezes a renda média anual do país, se quiserem cadeiras "premium".
"É obsceno que a (ex) secretária (de Estado Hillary) Clinton continue procurando os endinheirados para financiar sua campanha", afirmou Sanders à CNN.
"(Nos) nossos eventos, cobramos 15 ou 50 dólares das pessoas. Então não é uma crítica a Clooney. É uma crítica a um sistema financeiro corrupto".
Cerca de 85 por cento dos votos da Convenção Nacional Democrata, que irá acontecer entre os dias 25 e 28 de julho no Estado da Filadélfia e que irá escolher o candidato oficial do partido, estão sendo determinados pelas primárias estaduais.
Os outros 15 por cento estarão nas mãos de grandes figuras da legenda que têm liberdade para votar como quiserem, o que significa que podem ser decisivos em uma disputa apertada.
Entre os superdelegados há líderes do partido, senadores eleitos, membros do Congresso e governadores.
Após as votações do sábado, Hillary tem pouco menos que 300 delegados a mais que Sanders – são necessários 2.832 para ser indicado.
Somando-se a isso o apoio dos superdelegados, que o partido criou no início dos anos 1980 para dar aos líderes um controle maior do processo de indicação, Hillary teria 1.712 delegados, e Sanders, 1.004, de acordo com uma estimativa do site de análises RealClearPolitics.com.
O senador precisa conquistar até dois terços dos delegados remanescentes para alcançar Hillary, que irá continuar a somar delegados mesmo se perder nas prévias devido às regras do sistema do Partido Democrata, que os distribui proporcionalmente em todos os Estados.