Poluição: cientistas dizem que falta de um acordo sobre medidas fortes em Paris condenaria o mundo a temperaturas médias cada vez mais quentes (Genija/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2015 às 09h30.
Paris - Líderes mundiais vão dar início nesta segunda-feira a uma tentativa ambiciosa para conter o aumento das temperaturas da Terra e incentivar uns aos outros a encontrar uma causa comum, em duas semanas de negociações destinadas a distanciar a economia mundial da dependência de combustíveis fósseis.
Os líderes chegaram a Paris para as conversações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre as mudanças climáticas equipados com promessas e carregando altas expectativas.
Depois de décadas de duras negociações marcadas pelo fracasso de uma cúpula anterior, em Copenhague, há seis anos, alguma forma de acordo histórico parece prestes a ser definida até meados de dezembro.
Advertências de climatologistas, exigências de ativistas e exortações de líderes religiosos, como o papa Francisco, bem como grandes avanços em fontes de energia mais limpas, como a energia solar, elevaram a pressão para a redução das emissões de carbono, responsáveis pelo aquecimento do planeta.
A maioria dos cientistas diz que a falta de um acordo sobre medidas fortes em Paris condenaria o mundo a temperaturas médias cada vez mais quentes, trazendo com elas tempestades de grande poder de destruição, secas mais frequentes e a crescente elevação dos níveis do mar à medida que as calotas polares derretem.
Para enfrentar tais projeções alarmantes os líderes de mais de 150 países responsáveis por cerca de 90 por cento das emissões de gases de efeito estufa no planeta se comprometeram a reduzir a emissão nacional de carbono, embora em diferentes graus.
Alcançar um acordo internacional que envolva tantos as nações ricas como os países em desenvolvimento na luta contra o aquecimento global significaria que "podemos ter confiança de que estamos fazendo o que é certo pelas gerações futuras", disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no início deste mês.
"É o futuro da humanidade que está em jogo nesta conferência", disse o presidente francês, François Hollande, ao jornal 20 Minutes. "A história julgará severamente os chefes de governo se, em dezembro, eles perderem esta oportunidade."
Na véspera da cúpula, a polícia francesa deteve dezenas de pessoas após violentos confrontos no centro de Paris. A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar cerca de 200 manifestantes, alguns deles mascarados, que responderam atirando pedras e velas nos agentes.