Assembleia da ONU: jihadismo deverá estar presente em quase todos os discursos (Timothy A. Clary/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 14h06.
Líderes mundiais continuarão nesta quinta-feira seus debates na Assembleia Geral da ONU, nos quais a ameaça do terrorismo jihadista e os pedidos de reforma no sistema das Nações Unidas são os temas que açambarcam maior atenção.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, falará perante a tribuna da ONU, em discurso muito esperado pelo possível papel de seu país na resposta ao Estado Islâmico (EI) e pelas negociações em curso sobre o programa nuclear da nação persa.
Entre os oradores desta quinta-feira também estão os dirigentes de Colômbia, Peru e da União Europeia.
Também em paralelo se realizará uma reunião da qual participarão dirigentes de todo o mundo e organizações internacionais para impulsionar novas medidas contra o surto de ebola na África Ocidental, cuja expansão alarma à comunidade internacional.
A ameaça do jihadismo radical deverá estar presente em quase todos os discursos e na quarta-feira ganhou um protagonismo dramático depois que o presidente da França, François Hollande, confirmou o assassinato do cidadão francês Hervé Gourdel por um grupo vinculado com o Estado Islâmico.
"O perigo é real e não se pode isolar em um só território, está no Iraque, Síria, Líbia, Somália, Argélia (..) ou em nosso país", ressaltou Hollande em entrevista coletiva na sede da ONU, onde participava dos debates da Assembleia Geral.
Além disso, a reivindicação por parte de muitos países emergentes - entre eles quase todos os latino-americanos - de uma reforma das Nações Unidas e de seu Conselho de Segurança está sendo um tema central nos discurso dos líderes.
"Que não fique no ar o clamor de uma reorganização da ONU", advertiu o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em seu primeiro discurso na Assembleia Geral, no qual dedicou uma lembrança ao falecido chefe de Estado de seu país, Hugo Chávez.
O governante venezuelano, um dos últimos oradores da quarta-feira, se uniu de forma contundente às posições que neste mesmo fórum manifestaram vários presidentes latino-americanos, entre eles Dilma Rousseff, de pedir uma reorganização das Nações Unidas para adaptar-se a um novo mundo multipolar com novos atores com voz própria.