Refugiados na Grécia: Além da Itália, também Hungria, Polônia e Grécia se posicionaram do lado das críticas aos países mais reticentes em mostrar solidariedade à causa (Ognen Teofilovski / Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2015 às 09h56.
Os chefes de Estado e de Governo dos 28 países da União Europeia (UE) concordaram repartir os 40 mil refugiados da Síria e Eritreia, nos próximos dois anos, mas com base em quotas voluntárias. Segundo o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, os líderes europeus tiveram uma longa discussão sobre a estratégia para lidar com os migrantes que tentam chegar à Europa.
A proposta da Comissão Europeia era de quotas obrigatórias, segundo a qual cada país teria de acolher um número previamente definido de migrantes. O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, interveio criticando a proposta. "Ou vocês estão solidários ou não nos façam perder o nosso tempo", afirmou perante os colegas europeus.
Além de Itália, também Hungria, Polônia e Grécia se posicionaram do lado das críticas aos países mais reticentes em mostrar solidariedade com aqueles que têm de fazer face à chegada em larga escala de migrantes que atravessam o Mediterrâneo à procura de uma vida melhor na Europa.
O método de repartição dos migrantes será agora discutido e decidido em julho pelos ministros do Interior, anunciou Donald Tusk. Fonte diplomática indicou que a posição do governo português é que deve haver efetivamente solidariedade, mas é necessário negociar a ponderação dos critérios para a atribuição de quotas.
De acordo com a proposta da Comissão Europeia apresentada em maio o número de refugiados a acolher por país é determinado com base no Produto Interno Bruto, na população total e ainda na taxa de desemprego e nos refugiados.
Além dos 40 mil refugiados da Síria e da Eritreia, que a UE irá acolher nos próximos dois anos, serão ainda reinstalados 20 mil refugiados que estão fora da Europa em situações de emergência, sobretudo no norte e nordeste africano e no Médio Oriente, no total de 60 mil migrantes ao abrigo dos mecanismos hoje aprovados.
Mais de 100 mil pessoas entraram clandestinamente na União Europeia desde o início do ano pelo Mediterrâneo ou pela Turquia.
A reunião dos chefes de Estado durou 12 horas no primeiro dia de reunião e será retomada hoje (26).