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Líderes espanhóis ficam aliviados com "não" escocês

Resultado foi um golpe para os separatistas na Catalunha, no nordeste da Espanha, que se inspiravam nos nacionalistas escoceses


	Catalunha: movimento de independência tem crescido nos últimos anos devido à crise econômica
 (Albert Gea/Reuters)

Catalunha: movimento de independência tem crescido nos últimos anos devido à crise econômica (Albert Gea/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 08h43.

Barcelona - Os líderes políticos espanhóis saudaram nesta sexta-feira a rejeição da independência pelos eleitores da Escócia, um resultado que foi um golpe para os separatistas na Catalunha, na região nordeste da Espanha, que se inspiravam nos nacionalistas escoceses.

Apesar de o resultado na Escócia ter sido amplamente visto como um revés para a causa da independência catalã, está previsto que o governo regional, liderado pelos separatistas, anuncie mais tarde nesta sexta-feira os planos para um referendo não vinculativo, em desafio ao governo central, em Madri.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, declarou que os escoceses tinham "escolhido a opção mais favorável para todos, para si mesmos, para todos da Grã-Bretanha e para o restante da Europa".

"Os escoceses evitaram consequências econômicas, sociais e políticas graves", disse ele. O líder da oposição socialista, Pedro Sánchez, não só elogiou o resultado, mas disse que era uma lição para a Espanha: "Os escoceses escolheram o autogoverno, o fortalecimento de suas instituições e de suas ligações com o Reino Unido, e essa é a leitura que deve ser feita na Espanha".

Ao contrário de Londres, que concordou em permitir a realização do referendo de quinta-feira na Escócia, o governo espanhol se recusa a aceitar uma votação sobre a independência da Catalunha, alegando ser contra a Constituição.

O crescimento de última hora dos separatistas nas pesquisas sobre o referendo para a independência da Escócia tinha galvanizado partidários de secessão da Catalunha, uma região rica, com língua e cultura próprias, cujos líderes dizem que deveriam ter o mesmo direito dos escoceses de determinar seu futuro.

O movimento de independência na Catalunha é antigo e tem crescido nos últimos anos, depois que a Espanha sofreu com o aumento do desemprego e os altos custos de sua crise econômica.

A recusa de Madrid em aceitar um referendo revolta os catalães, até mesmo os que apóiam a permanência da região na Espanha Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Barcelona na semana passada para defender o direito de realizar um referendo.

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