G7 quer olhar mais para os países do Sul global. (Antonio Masiello/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 14 de junho de 2024 às 08h30.
Última atualização em 14 de junho de 2024 às 12h03.
Os líderes do Grupo dos 7 (G7) se reunirão na sexta-feira, 14, com representantes da Índia, Brasil e outras nações não ocidentais, destacando a mudança no cenário global no segundo dia de seu encontro de cúpula. A agenda inclui temas complexos como migração, competição econômica com a China, segurança no Indo-Pacífico e relações entre o Ocidente e os países do Sul Global, que abrangem América Latina, África, grande parte do Oriente Médio e Ásia.
A Primeira-Ministra da Itália, Giorgia Meloni, anfitriã da reunião, afirmou que o objetivo da lista ampliada de convidados é fortalecer o diálogo com as nações do Sul Global. Meloni enfatizou que o G7 não é uma fortaleza fechada, mas uma oferta de valores para o mundo. O Primeiro-Ministro do Japão, Fumio Kishida, também destacou a importância de fortalecer as relações com parceiros além do grupo diante de desafios como a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra entre Israel e Hamas, que ameaça se espalhar para o Líbano.
De acordo com o The New York Times, o foco estará em líderes como o Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, e o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reconhecendo que o Ocidente é menos dominante demograficamente e economicamente do que no passado, e que está ouvindo os apelos por mais equidade e equilíbrio nas grandes decisões. Os tópicos discutidos incluirão segurança econômica, África e os desafios impostos pela inteligência artificial.
A questão de como controlar a migração tem desafiado os Estados Unidos e a Europa há anos, agravada pelos efeitos das mudanças climáticas e conflitos em lugares como Afeganistão, Oriente Médio e Ucrânia. É um tema particularmente sensível para Meloni, que tem feito campanha contra a imigração descontrolada para a Itália e outras partes da Europa. Enquanto a Europa acolheu milhares de ucranianos fugindo da invasão russa, autoridades ucranianas pedem ajuda para repatriar homens em idade de combate.
Grande parte do dia será dedicada a reuniões individuais entre os líderes, incluindo um encontro com o Papa Francisco, convidado por Meloni. Após um discurso, o Papa se reunirá com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Narendra Modi, Lula, o Presidente do Quênia, William Ruto, o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune. Biden deve deixar a Itália na noite de sexta-feira, após uma reunião individual com o Papa. Os líderes concluirão o dia com um concerto e um jantar informal. No sábado (15), haverá mais reuniões bilaterais e coletivas de imprensa dos líderes.