Angela Merkel, chanceler alemã, quer reforçar fundo de resgate da zona do euro (Andreas Rentz/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 08h46.
Bruxelas - Os chefes de Estado e Governo da União Europeia (UE) iniciaram uma cúpula centrada na discussão das medidas de austeridade econômica solicitadas pela Alemanha para reforçar o fundo de resgate dos países da zona do euro.
Esta cúpula comunitária de apenas um dia, cujos temas centrais originalmente seriam a energia e a inovação, deve ser dominada pelos pedidos da chanceler alemã, Angela Merkel, apoiados pela França, assim como pela discussão sobre a situação no Egito.
Os países do bloco estudam o chamado "Pacto pela Competitividade" solicitado pela Alemanha, que conta com uma série de ideias para aumentar a coordenação das políticas econômicas nacionais e melhorar as contas públicas.
A proibição por lei dos déficits excessivos, a eliminação das cláusulas de indexação automáticas dos salários à inflação, o aumento da aposentadoria e uma harmonização mínima do imposto de sociedades são os principais pontos do pacto.
As ideias já foram discutidas - e em geral acertadas - entre Alemanha e França.
De fato, Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, mantiveram um breve encontro bilateral anterior à cúpula e entraram no salão do plenário, simbolicamente, lado a lado.
O Governo alemão, após aceitar no ano passado a criação do fundo de resgate com o fim de salvar o euro, procura conseguir em troca um compromisso mais firme para garantir que nenhum país caia em situações que enfraqueçam a moeda única, como desequilíbrios macroeconômicos e bolhas de qualquer tipo.
A discussão econômica sobre o Egito será concentrada no período do almoço, durante o qual os países falarão dos problemas da zona do euro e também dos avanços democráticos na Tunísia e Egito, segundo relatou o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, em sua breve declaração no início da reunião.
"Há uma dinâmica poderosa em favor da democracia" no norte da África, acrescentou Van Rompuy, que disse que a cúpula discutirá as implicações para a região e também para a própria UE.
Com as declarações concedidas na chegada à cúpula centradas na complicada situação no Egito, apenas poucos governantes falaram sobre as questões econômicas.
Um deles foi o primeiro-ministro tcheco, Petr Necas, que disse esperar ouvir "propostas concretas" durante a reunião.
"Todo o mundo fala disso, mas ninguém viu nada" por escrito, assinalou o dirigente conservador de Praga durante sua chegada à sede do Conselho da UE.