Mundo

Líderes de China e Taiwan têm primeiro encontro desde 1949

Presidente da China, Xi Jinping, e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou apertaram as mãos em encontro histórico realizado neste sábado em Cingapura

Presidente da China, Xi Jinping, e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou apertaram as mãos em encontro histórico realizado neste sábado em Cingapura (REUTERS/Edgar Su)

Presidente da China, Xi Jinping, e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou apertaram as mãos em encontro histórico realizado neste sábado em Cingapura (REUTERS/Edgar Su)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2015 às 09h33.

Cingapura - O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou apertaram as mãos em encontro histórico neste sábado, em um hotel em Cingapura. Esta é a primeira vez que líderes da China continental e da Ilha Formosa se reúnem desde que as tropas comunistas de Mao Zedong expulsaram o governo nacionalista de Chiang Kai-shek de seu território, em 1949.

O encontro, porém, promete ter caráter mais simbólico que pragmático. Em comunicado conjunto, ambos os líderes afirmam que não vão assinar acordos.

Xi e Ma abriram largos sorrisos enquanto apertavam as mãos por mais de um minuto para as câmeras. Nenhuma bandeira nacional estava à mostra no encontro, uma estratégia para escapar à recusa da China em reconhecer a soberania de Taiwan e vice-versa. Os dois representantes falaram à imprensa pouco antes do encontro privado agendado, que durou uma hora.

Em sua fala, Xi fez referência ao antigo desejo chinês de reunificação com Taiwan. "Somos uma única família", disse. "Nenhuma força pode nos separar", acrescentou. Por sua vez, Ma ressaltou a preferência por manter o status quo. "Ambos os lados devem respeitar seus valores e modos de vida", afirmou.

Boa parte dos chineses considera que a unificação do território chinês é uma questão de tempo, embora os esforços políticos para isso estejam em ritmo lento. Por outro lado, os cidadãos de Taiwan prezam pela independência, sobretudo por questões políticas. Enquanto a China continental é governada por um partido único, em Formosa há democracia pluripartidária com sufrágio universal.

Críticos de Ma em Taiwan temem que a aproximação com o Partido Comunista abra caminho para que Pequim tome o controle da ilha. Neste sábado, centenas de manifestantes se reuniram na frente do Ministério da Economia em Taipei, erguendo faixas que alertavam que Ma pretendia "vender Taiwan".

Por outro lado, parte da população acredita que a disposição de Xi em se encontrar com o líder de Formosa em território estrangeiro é um sinal de respeito ao governo insular, ainda que o protocolo diplomático demande que eles se refiram um ao outro como "senhor", e não como "presidente".

Ma deve deixar o cargo após dois mandatos em 2016. Seu sucessor será escolhido em janeiro e especula-se que o encontro com o líder chinês teve por objetivo tentar impulsionar a popularidade do seu partido - algo que o presidente negou durante o encontro com seu contraparte.

Fonte: Associated Press.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDiplomaciaPolíticaTaiwan

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA