Kim e Moon: os dois sinalizam que estão avançando para um futuro compartilhado (Korea Summit Press/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de abril de 2018 às 06h33.
Última atualização em 27 de abril de 2018 às 06h46.
Goyang - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, participaram nesta sexta-feira de uma simbólica cerimônia para plantar uma árvore no marco da histórica cúpula que eles realizam na fronteira entre os dois países.
Eles fertilizaram e regaram um pinheiro (considerado uma espécie de árvore da sorte nos dois países) e inauguraram uma placa comemorativa onde estava a assinatura dos dois líderes e na qual se lia: "Estamos plantando paz e prosperidade".
"Espero que como esta árvore, a nossa relação se mantenha sempre verde, inclusive no inverno", disse o líder norte-coreano, após o término da cerimônia.
Como aconteceu em outros detalhes da cúpula, o ato foi cuidadosamente coreografado e esteve carregado de simbolismo comum ou que fazem referência aos personagens que desempenharam um papel histórico na aproximação intercoreana.
Nesse sentido, o pinheiro germinado em 1953, ano em que o cessar-fogo entre os dois países foi assinado, as pás utilizadas foram feitas com madeira de uma árvore típica de Pyongyang e com o aço de Seul e a terra para fertilizar a árvore era procedente dos vulcões Halla e Paektu, os picos mais altos e venerados a cada lado da fronteira.
Além disso, a árvore foi plantada ao lado de uma estrada usada pelo fundador do grupo Hyundai, Chung Ju-yung (norte-coreano de nascimento), para visitar há vinte anos sua cidade natal e doar 1 mil cabeças de gado à Coreia do Norte quando o país tentava superar a grave crise de fome da década de 1990.
Após a cerimônia, os dois líderes deram uma pequena caminhada por uma passarela que fica na fronteira entre os dois países e sentaram-se para conversar durante vários minutos em um ambiente muito íntimo.
Considera-se também que a imagem de Kim e Moon caminhando juntos sobre uma ponte tenha muita força dentro do imaginário coreano, onde a cena pode ser interpretada como um momento de transição onde se deixa para trás um passado marcado pela divisão e se avança para um futuro compartilhado.