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Líderes da UE defendem Brexit firme para evitar ameaça populista

Conceder termos favoráveis ao Reino Unido poderia encorajar outros países-membros a propor exigências similares, dizem fontes de governos europeus

Europa: leniência com Reino Unido passaria recado de que UE cedeu a país que a abandonou, diz diplomata (Paul Hackett / Reuters/Reuters)

Europa: leniência com Reino Unido passaria recado de que UE cedeu a país que a abandonou, diz diplomata (Paul Hackett / Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de novembro de 2016 às 11h14.

Londres - Líderes europeus acreditam que apenas um acordo firme para permitir a saída do Reino Unido da União Europeia será capaz de evitar um populismo que ameaça romper o bloco, afirmou neste domingo o jornal britânico "The Observer".

Fontes de mais alto nível de governos europeus citadas pelo jornal afirmaram que conceder termos favoráveis ao Reino Unido para executar o "Brexit" poderia representar um "perigo existencial" para a UE, pois encorajaria outros países-membros a propor exigências similares, tendo como consequência novos movimentos eurocéticos.

"Se os britânicos não estão dispostos a adotar compromissos no que se refere à livre circulação, a única maneira de chegar a um acordo é um 'Brexit' firme, sem acesso ao mercado único. De outro modo, parecerá que cedemos a um país que nos deixa. Isso seria fatal", disse um diplomata da UE que pediu anonimato.

Por outro lado, o líder do Partido de Independência do Reino Unido (UKIP), Nigel Farage, um dos principais defensores do "Brexit" antes do referendo, cravou a vitória de Marine Le Pen, da Frente Nacional, máxima representante da extrema-direita na França, nas próximas eleições presidenciais do país em 2017.

Nobert Röttgen, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Bundestag, a câmara baixa do parlamento da Alemanha, disse ao "The Observer" que, embora haja vontade de ajudar o Reino Unido na saída, não haverá esperança se Londres não mostrar disposição de aceitar as regras do bloco comunitário.

"Eu realmente estou disposto a chegar a um resultado, mas, se a posição britânica é não, não, não, eu, inclusive, teria que dizer que não há uma postura comum", comentou.

O eurodeputado alemão David McAllister, por sua vez, também se pronunciou ao respeito. "Não é possível ter 100% do controle de migração interna, dizer não às normas do Tribunal de Justiça Europeu e que não vai pagar nada para o orçamento comunitário. Assim não vai funcionar", avaliou.

"Os britânicos estão nos colocando todos à prova. Todos sabemos disso. Estão colocado à prova a união da Europa. Portanto, é importante que a Europa se mantenha unida. Sem negociações bilaterais com os britânicos. Faremos como um bloco", completou.

As negociações entre Reino Unido e UE ainda não começaram, pois, apesar da primeira-ministra do país, Theresa May, ter indicado que iniciará o processo em março, uma decisão da Corte Suprema determinou que o "Brexit" deve ter aprovação do parlamento britânico.

O governo do Reino Unido recorreu da decisão, em recurso que será avaliado em 5 de dezembro.

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