Explosão de um carro bomba em Quetta: a maioria das mortes de quinta-feira foi causada por ataques gêmeos destinados aos xiitas na cidade de Quetta. (Naseer Ahmed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2014 às 14h31.
Quetta - Um líder xiita criticou publicamente o poderoso chefe do Exército paquistanês, o general Ashfaq Kayani, sobre a segurança no país nesta sexta-feira, depois de atentados contra a seita minoritária matarem 118 pessoas.
"Eu pergunto ao chefe do Exército: o que você fez com esses três anos extras que teve (no poder)? O que você nos deu exceto mais mortes?", disse Maulana Amin Shaheedi, que dirige um conselho nacional de organizações xiitas, em entrevista coletiva.
A crítica a Kayani, indiscutivelmente o homem mais poderoso do Paquistão, destacou as frustrações dos xiitas com a falha do Estado em conter grupos militantes sunitas radicais que prometeram acabar com a seita.
A maioria das mortes de quinta-feira foi causada por ataques gêmeos destinados aos xiitas na cidade de Quetta, perto da fronteira com o Afeganistão, onde os membros da minoria há tempos acusam o Estado de fazer vista grossa aos esquadrões da morte sunitas.
Líderes xiitas estavam tão indignados com o mais recente derramamento de sangue que pediram para o Exército tomar o controle de Quetta para protegê-los, e disseram que não iriam permitir que as 85 vítimas dos ataques com bombas gêmeas na cidade fossem enterradas até que suas demandas fossem atendidas.
Os enterros estavam programados para ocorrer após as orações desta sexta-feira, mas os corpos iriam permanecer no local até os xiitas receberem promessas de proteção.
A violência contra muçulmanos xiitas paquistaneses está aumentando e algumas comunidades estão vivendo sitiadas, disse um grupo de direitos humanos nesta sexta-feira.