Tuíte do aiatolá Ali Khamenei: imagem que parece mostrar a silhueta de Barack Obamao criticou uma frase em tese dita pelo presidente dos EUA (Reprodução/EXAME.com)
Gabriela Ruic
Publicado em 28 de julho de 2015 às 10h17.
São Paulo – O histórico acordo nuclear firmado entre potências globais e o Irã pareceu ter acalmado as relações diplomáticas entre o país e os Estados Unidos, ainda que momentaneamente. No Twitter, contudo, os ânimos nunca esfriaram.
A conta oficial de Ali Khamenei, líder supremo do Irã, postou um tuíte sobre uma declaração em tese feita pelo presidente Barack Obama de que os EUA poderiam acabar com o exército iraniano. A mensagem foi acompanhada de uma imagem polêmica que mostra o que parece ser a silhueta de Obama com uma arma apontada para a cabeça. Veja abaixo:
US president has said he could knock out Iran’s military. We welcome no war, nor do we initiate any war, but.. pic.twitter.com/D4Co7fVuVg
— Khamenei.ir (@khamenei_ir) 25 julho 2015
Ao lado, lê-se o seguinte: “Não recebemos a guerra, tampouco iniciaremos a guerra, mas se alguma guerra acontecer, os perdedores serão os agressivos e criminosos Estados Unidos”. Ainda segundo o tuíte, a frase teria sido proferida por Khamenei no dia 18 de julho.
A data da publicação coincide com a data de um evento que o aiatolá participou em uma mesquita na capital Teerã. Nele, informou a Reuters, Khamenei apontou que as políticas americanas para a região eram “180 graus opostas ao Irã”.
Para uma multidão que gritava “Morte à América”, o líder assegurou que, independente do acordo, “nossas políticas com relação aos arrogantes Estados Unidos não vão mudar”. Tal discurso foi classificado como “perturbador” pelo secretário de Estado dos EUA, John Kerry.
A conta é atribuída ao aiatolá, embora não seja claro qual o envolvimento direto de Khamenei nas políticas do governo quando o tema são as redes sociais. A imagem em questão recebeu 1.765 retuítes e foi curtida por 736 pessoas e não é a primeira provocação iraniana aos americanos.
Poucos dias depois do anúncio do acordo nuclear, Khamenei criticou o que chamou de tentativas dos EUA de se vangloriarem pelo trato e disse que o acordo em nada tem a ver com conversas com qualquer potência, mas é baseado nos preceitos sagrados do alcorão e da sharia, as leis islâmicas.