Os rebeldes buscam o ditador Muammar Kadafi (TV líbia via Reuters TV)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2011 às 20h21.
Trípoli - As novas autoridades líbias têm "uma boa noção" sobre onde o líder líbio, Muammar Kadafi, está escondido e não duvidam que poderão apanhá-lo, assegurou nesta terça-feira o vice-primeiro-ministro rebelde e ministro do Petróleo e Economia, Ali Tarhuni.
Em entrevista coletiva oferecida no hotel Corinthia de Trípoli, Tarhuni assinalou que conhecem o esconderijo dos principais ajudantes de Kadafi e que espera que o Governo argelino entregue à família do coronel, refugiada na Argélia.
"Temos uma boa noção de onde estão", ressaltou Tarhouni, que, no entanto, se negou a dar detalhes sobre a possível localização de Kadafi.
Perante a insistência dos jornalistas, o vice-primeiro-ministro se limitou a assinalar que as novas autoridades da Líbia "não têm dúvida alguma que vamos capturar".
"Há alguns meses, Kadafi exercia o controle de todo o Exército da Líbia, desde a marinha às forças aéreas. Mas agora foi expulso da capital e só se movimenta de buraco em buraco", reiterou.
Há dois dias, uma agência de notícias árabe assegurou que seis Mercedes blindados cruzaram a fronteira com a Argélia e que na caravana poderia estar o coronel, informação negada por Argel.
Outros jornais apontaram que ele estaria escondido, junto a alguns de seus filhos, próximo da localidade de Beni Walid, uma zona tribal que é bombardeada há dias pela Otan e que está localizada a cem quilômetros ao sudoeste de Trípoli.
Tarhuni também assinalou que não tem provas sobre a suposta morte de Hamis Kadafi, e que estava à frente de uma das principais forças de elite do Exército pró-Kadafi.
Ao contrário, disse crer que a notícia, levantada por fontes rebeldes através da imprensa, não é certa e que a captura de Hamis "esperamos que seja o mais rápido possível".
"Sabemos onde estão alguns dos mais fiéis de Kadafi. Outros não, mas também não estamos muito interessados em buscá-los. Agora há outras prioridades", afirmou.
O vice-primeiro-ministro também fez referência ao conflito diplomático aberto com a Argélia, um dos poucos Governos que ainda não reconheceu a autoridade rebelde, a causa do asilo dado à mulher e três filhos de Kadafi.
Tarhuni admitiu que o Conselho Nacional de Transição (CNT) não entrou em contato diretamente com o Executivo de Argel, mas que espera que este compreenda a situação e entregue os familiares do coronel.
"Não falamos diretamente com eles. Mas esperamos qualquer iniciativa positiva de sua parte. Esperamos que conheçam nossa postura sobre a família de Kadafi e desejamos sua cooperação na detenção desta família corrupta que roubou à Líbia durante 42 anos", disse.
Argel justificou sua polêmica decisão e a sustentou em "razões humanitárias".