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Líder pró-Rússia diz que arrebatará leste da Ucrânia sem acordo

Acordo seria necessário para acabar com um bloqueio organizado pelos radicais ultranacionalistas em ferrovias

Rebelde: o país declarou na quarta-feira o estado de emergência energético provocado no país pelo conflito (Monika Kalinowska/Twitter)

Rebelde: o país declarou na quarta-feira o estado de emergência energético provocado no país pelo conflito (Monika Kalinowska/Twitter)

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EFE

Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 09h48.

Kiev - O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD), Aleksandr Zakharchenko, ameaçou o governo nesta sexta-feira dizendo que arrebatará militarmente a parte da região leste controlada pelas forças governamentais se não houver um acordo político.

"Sempre dissemos que a libertação dos territórios ocupados de Donetsk e Lugansk (regiões orientais da Ucrânia) é nosso objetivo comum. E sempre dissemos que é melhor fazer através da política. Mas se (em Kiev) não entendem isso, lembro que podemos fazer pela via militar", disse Zakharchenko.

O líder separatista advertiu que os bloqueios organizados pelos radicais ultranacionalistas ucranianos nesses territórios "não dá direito a atuar por nossa conta".

Zakharchenko se referiu assim ao bloqueio das ferrovias por grupos de radicais que impedem que o carvão produzido nos territórios pró-Rússia seja fornecido ao resto da Ucrânia.

O governo de Kiev declarou na quarta-feira o estado de emergência energético perante um grave déficit de antracita, um tipo de carvão produzido nos territórios rebeldes do leste do país e cuja entrada à Ucrânia é bloqueada pelos radicais.

O primeiro-ministro ucraniano, Vladimir Groisman, pediu que os ultranacionalistas ponham fim ao bloqueio e lembrou que algumas das principais cidades do país podem ficar sem eletricidade se acabar a antracita com a qual funcionam suas centrais térmicas.

As reservas atuais de antracita -um tipo de carvão que é usado para produzir mais de 10% da energia elétrica- poderiam acabar em um prazo de nove dias.

30% da energia da Ucrânia "é produzida em centrais térmicas, que dão calefação a cidades como Kiev, Chernigov, Kharkiv e Cherkassi. É impossível fornecer energia a essas cidades por outro meio. Dispor de carvão é básico", advertiu esta semana Groisman.

O argumento dos radicais para justificar o bloqueio é que o comércio com os territórios separatistas é uma fonte de financiamento para as milícias armadas pró-russas que combatem contra as tropas governamentais de Kiev.

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