Mundo

Líder parlamentar compara homossexualidade com terrorismo

Líder de coalizão no Quênia acredita que a homossexualidade é tão grave quanto o terrorismo


	Quênia: homossexualidade "é tão grave quanto qualquer outro mal social", segundo político queniano
 (Steve Crisp/Reuters)

Quênia: homossexualidade "é tão grave quanto qualquer outro mal social", segundo político queniano (Steve Crisp/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 10h12.

Nairóbi - Aden Duale, líder da Coalizão Jubileu na Assembleia Nacional do Quênia (câmara dos deputados), acredita que a homossexualidade é "tão grave quanto o terrorismo", informa nesta quinta-feira a imprensa queniana.

"Precisamos enfrentar esse tema (a homossexualidade) da mesma maneira com que enfrentamos o terrorismo. É tão grave quanto o terrorismo. É tão grave quanto qualquer outro mal social", afirmou Duale ontem em um debate parlamentar.

O deputado, que é porta-voz do governo na Assembleia Nacional, fez o comentário em resposta a um pedido de um grupo de parlamentares que exigiram um endurecimento da lei que condena a homossexualidade no Quênia.

Concretamente, os deputados defenderam a promulgação de uma legislação semelhante à da vizinha Uganda, onde se contempla a prisão perpétua para determinados atos homossexuais "com agravantes".

No entanto, Duale rejeitou essa proposta: "Não precisamos - ressaltou - seguir o caminho de Uganda. Temos uma Constituição e um código penal que se ocupam da homossexualidade. Portanto, o debate acabou. Não endureceremos nenhuma lei".

Segundo o líder parlamentar da coalizão governante, 595 casos de homossexualidade estão sendo investigados no Quênia desde 2010, quando entrou em vigor a atual Carta Magna, e os tribunais condenaram ou absolveram os acusados.

O código penal queniano tipifica que uma pessoa "que tiver conhecimento carnal de outra pessoa que vá contra a ordem da natureza" é uma criminosa e pode ser punida com pena de 14 anos de prisão, apesar de raramente essa sentença se impor.

Vários grupos homofóbicos surgiram no Quênia desde que a Nigéria e a Uganda reforçaram o ano passado as leis que castigam a homossexualidade.

No total, 38 países da África consideram ilegais as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, segundo a organização defensora dos direitos humanos Anistia Internacional (AI).

Acompanhe tudo sobre:GaysLGBTPreconceitosQuêniaTerrorismo

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua