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Líder opositora venezuelana denuncia intimidação por partidários de Maduro

María Corina Machado afirmou que as sedes de seu partido amanheceram com grafites alusivos ao lema "antiterrorista"

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, discursa para apoiadores em uma manifestação no aniversário do levante de 1958, em Caracas (Agence France-Presse/AFP Photo)

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, discursa para apoiadores em uma manifestação no aniversário do levante de 1958, em Caracas (Agence France-Presse/AFP Photo)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 14h44.

Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 14h53.

A opositora venezuelana María Corina Machado, que deseja participar das eleições presidenciais deste ano, apesar de estar politicamente impedida, denunciou, nesta terça-feira, 23, que as sedes de seu partido amanheceram com grafites alusivos a um recente lema "antiterrorista" do presidente Nicolás Maduro.

Machado divulgou um vídeo nas redes sociais em frente à casa onde funciona sua organização política, Vente Venezuela, em Caracas. Na calçada, em letras vermelhas, a frase "Força Bolivariana", referindo-se a um plano político anunciado por Maduro na semana passada para combater "qualquer tentativa terrorista". No muro, em siglas, "F.B.".

"Acham que com isso vão intimidar a vontade de um povo determinado a alcançar a mudança", criticou Machado, que venceu as primárias da principal aliança opositora venezuelana e denunciou vandalismo semelhante nas sedes partidárias de outros seis estados.

"Nicolás Maduro optou por se tornar um candidato repressor", continuou. "Como sabe que não tem votos, então busca se esconder atrás de ameaças, de fuzis ou de sentenças, porque sabe que vai perder. Deixem o medo e se controlem!"

A Venezuela tem previstas eleições presidenciais no segundo semestre de 2024, conforme acordo assinado pelo governo e pela oposição em uma negociação mediada pela Noruega. Os Estados Unidos, também protagonistas do processo, pressionaram o governo para criar um mecanismo de impugnação de inabilitações, ao qual Machado recorreu, apesar de não reconhecer a sanção contra ela.

A líder liberal planeja apresentar uma aliança em torno de sua candidatura em um evento que também servirá para comemorar a queda da ditadura militar de Marcos Pérez Jiménez, ocorrida em 23 de janeiro de 1958.

O chavismo convocou paralelamente uma marcha pelo mesmo motivo, cujo trajeto inclui a área onde Machado terá seu evento.

"Querem com isso calar a voz do povo", criticou Machado. "Não há dinheiro, nem torres de som, nem alto-falantes, nem ameaças que silenciem a voz de um povo determinado a viver em liberdade."

O poderoso líder chavista Diosdado Cabello, vice-presidente do governamental Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), anunciou ontem "a ativação do plano fúria bolivariana, em todos os estados, em todos os municípios".

Maduro, candidato natural à reeleição, definiu na quinta-feira passada como "um plano cívico, militar e policial para enfrentar qualquer tentativa terrorista e golpista, se apresente como se apresentar".

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