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Líder houthi critica Biden no dia de 5º ataque dos EUA contra alvos do grupo

Questionado se a campanha de bombardeios vinha sendo efetiva, líder americano afirma que os ataques continuariam apesar de ainda não terem interrompido os atos do grupo no Mar Vermelho

Joe Biden: Presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Agence France-Presse/AFP)

Joe Biden: Presidente dos Estados Unidos enfrenta grandes problemas em seu governo (Agence France-Presse/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 19h03.

O líder do movimento dos houthis, Abdulmalik al-Houthi, ironizou nesta quinta-feira o presidente dos EUA, Joe Biden, descrevendo-o como um "idoso com dificuldade de subir escadas" e afirmando que o único impacto de recentes ataques com mísseis contra alvos do grupo no Iêmen tem sido aprimorar seu exército e tecnologia naval.

— [Biden] é um idoso com dificuldades de subir as escadas de um avião, mas apesar disso viaja 14,5 mil km para atacar aqueles que querem defender a população oprimida de Gaza — afirmou em um discurso de uma hora.

Desde novembro, ataques da milícia apoiada pelo Irã no Mar Vermelho prejudicou o comércio entre a Ásia e a Europa e alarmou grandes potências. Os houthis, que controlam a maioria do Iêmen, dizem agir em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, que, desde o início da guerra Israel e Hamas, em 7 de outubro, estão sob cerco e bombardeios do Exército israelense.

Em seu pronunciamento, transmitido por canais de mídia árabe e cheio de retórica religiosa, o líder houthi afirmou que grupo está adotando "passos concretos" para aprimorar suas capacidades militares, dizendo que agora está em um confronto militar direto com os EUA, Reino Unido e Israel.

— É uma grande honra e bênção confrontar os EUA diretamente.

Com ataques ao lobby sionista e aos homossexuais, seu discurso alertou que a guerra faz parte de uma batalha mais ampla entre sionistas adoradores do demônio (Israel) e o mundo muçulmano. Ele também conclamou o mundo árabe a organizar boicotes em massa contra produtos israelenses, afirmando que os ataques de mísseis de EUA e Reino Unido, iniciados na semana passada, sinalizavam o impacto causado pelos atos dos houthis contra navios comerciais vinculados a Israel no Mar Vermelho.

Pela quinta vez em uma semana, os EUA atacaram nesta quinta-feira mísseis antinavio no Iêmen, destacando a resiliência do arsenal da milícia, que tem o apoio do Irã, e de seu objetivo de atrapalhar as linhas de navegação internacionais. Os ataques ocorrem em meio a uma conflagração regional no Oriente Médio na esteira da guerra de Israel e o Hamas.

Quando questionado se a campanha de bombardeios vinha sendo efetiva, Biden afirmou que os ataques continuariam apesar de ainda não terem interrompido os atos do grupo no Mar Vermelho.

— Eles estão parando os houthis? Não. Eles vão continuar? Sim. — disse o presidente americano a repórteres na Casa Branca.

Os ataques desta quinta ocorreram um dia depois de o governo Biden ter reinserido os houthis à lista de terrorismo global, em um esforço para cortar a habilidade do grupo de se financiar. A medida revogou decisão anterior de Washington de remover os houthis da lista para assegurar que assistência humanitária fluísse para o Iêmen depois de anos de guerra civil.

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