Boko Haram: Abubakar Shekau, líder do grupo, jurou lealdade ao Estado Islâmico (Reprodução/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2015 às 19h30.
Nairóbi - O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, anunciou neste sábado a adesão formal do grupo islamita nigeriano ao califado do Estado Islâmico (EI) e jurou lealdade incondicional a Abu Bakr al-Baghdadi, segundo um vídeo divulgado nas redes sociais que não pôde ser verificado de forma independente.
'Juramos lealdade ao califa dos muçulmanos, Abu Bakr al-Baghdadi, e vamos escutar e obedecer tanto em tempos de prosperidade como em tempos de dificuldade', diz Shekau na mensagem postada em um popular site de armazenamento e distribuição de vídeos.
O anúncio acontece em meio a uma campanha militar, liderada pelo Chade e pela própria Nigéria, cujo principal objetivo é reconquistar as cidades que estão sob controle do grupo islamita e assim garantir a segurança para as eleições presidenciais do próximo dia 28 de março.
'Convocamos os muçulmanos de todo o mundo a demonstrar também sua lealdade ao califa porque é a única cura para as diferenças que dividem a umma (que significa 'comunidade' ou 'nação' em árabe)', acrescenta o líder do Boko Haram.
Em outro dos fragmentos do vídeo, Shekau faz referência a Ibn Taymiyyah, um teólogo do século XIII que tem grande influência na ideologia do grupo e que acreditava que a religião tem o dever de governar o povo.
Com esta mensagem, o Boko Haram confirmaria os rumores que estava estreitando laços com organizações fora da Nigéria, uma possibilidade que esteve presente desde a fundação do grupo, mas que até agora nunca tinha tido credibilidade entre analistas.
No entanto, ainda não houve uma resposta formal do Estado Islâmico e é uma incógnita saber como reagirá Baghdadi, que até agora não demonstrou interesse na luta do Boko Haram para criar um califado islâmico no nordeste da Nigéria.
Neste sábado o Boko Haram matou 58 pessoas em três atentados cometidos contra dois mercados e uma estação de ônibus na cidade de Maiduguri, capital do estado de Borno e uma das mais afetadas pela violência do grupo islamita. EFE