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Líder de oposição russo é liberado sob fiança após protestos

Em decisão que aponta incerteza do Kremlin sobre o caso, juiz aprovou pedido incomum da acusação para libertá-lo enquanto aguarda o resultado de um recurso


	"Eu sou muito grato a todas as pessoas que nos apoiaram, todas as pessoas que foram (protestar) na praça Manezh (em Moscou) e em outras praças", disse Navalny
 (Andrey Smirnov/AFP)

"Eu sou muito grato a todas as pessoas que nos apoiaram, todas as pessoas que foram (protestar) na praça Manezh (em Moscou) e em outras praças", disse Navalny (Andrey Smirnov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2013 às 08h21.

Kirov - A Rússia inesperadamente libertou o líder de oposição Alexei Navalny sob pagamento de fiança nesta sexta-feira, cedendo à pressão de milhares de manifestantes que consideraram sua condenação a cinco anos de prisão uma tentativa do presidente Vladimir Putin de silenciá-lo.

Em uma decisão que aponta para a incerteza do Kremlin sobre como lidar com o caso de Navalny e os protestos, um juiz aprovou um pedido incomum da acusação para libertá-lo enquanto ele aguarda o resultado de um recurso.

O líder de movimentos ativistas contra a corrupção ficará restrito a Moscou, mas considerou a decisão uma vitória para o poder do povo, um dia após ter sido condenado por roubo.

"Eu sou muito grato a todas as pessoas que nos apoiaram, todas as pessoas que foram (protestar) na praça Manezh (em Moscou) e em outras praças", disse Navalny, de 37 anos, que correu para abraçar a esposa depois que foi solto de uma cela de vidro dentro do tribunal.

"Nós entendemos perfeitamente o que aconteceu agora. É um fenômeno absolutamente singular na Justiça russa", disse ele no tribunal de Kirov, uma cidade industrial 900 km a nordeste de Moscou.

Manifestantes foram às ruas das grandes cidades russas para protestar na noite de quinta-feira, após Navalny ter sido condenado por roubar pelo menos 16 milhões de rublos (494 mil dólares) de uma madeireira quando era conselheiro do governador da região de Kirov, em 2009.

A polícia disse que mais de 200 pessoas foram detidas em São Petersburgo e Moscou, embora não tenha havido grandes confrontos.

Navalny diz que o caso teve motivação política, com o objetivo de impedi-lo de ameaçar Putin politicamente, apesar de o apoio ao líder de oposição ser limitado fora das grandes cidades. Pesquisas de opinião mostram que o presidente ainda é o político mais popular da Rússia.

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