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Líder de grupo radical islâmico morre em ataque de drone

Ibrahim Ali Abdi "teve um papel importante na morte de civis inocentes. Sua morte ajudará a restabelecer a paz", declarou o ministro do Interior

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2013 às 16h17.

Mogadísco - Um líder shebab somali, acusado de planejar os ataques suicidas desse grupo rebelde ligado à Al-Qaeda, morreu em um ataque com drone americano nesta segunda-feira, no sul da Somália, anunciou o Ministério do Interior do país.

Ibrahim Ali Abdi, conhecido como Anta-Anta, "teve um papel importante na morte de civis inocentes. Sua morte ajudará a restabelecer a paz", declarou o ministro do Interior Abdikarin Hussein Guled.

Segundo habitantes da região de Jilib, 350 km ao sul de Mogadíscio, um veículo transportando três pessoas foi totalmente destruído por um ataque aéreo.

Em Washignton, uma fonte do governo dos Estados Unidos confirmou que um drone americano havia atacado "shebabs" da Somália.

O governo somali afirma que Abdi era conhecido por preparar coletes com explosivos e carros-bomba utilizados em atentados suicidas.

“O indivíduo morto era o cérebro dos ataques suicidas dos shebabs", explicou um porta-voz do governo, Ridwan Haji Abdiweli.

"Este homem teve um papel importante na morte de civis inocentes, e sua morte permitirá o retorno à paz", declarou Guled a uma rádio local.

Nenhum líder shebab reagiu ao ataque ou confirmou a morte de Anta-Anta.


A ação aconteceu poucas semanas depois de um ataque a um shopping de Nairóbi reivindicado pelos "shebabs" somalis, no qual morreram pelo menos 67 pessoas.

Os "shebabs" foram expulsos por uma força militar da União Africana (UA) das principais cidades da Somália, entre elas a capital Mogadíscio e o porto meridional de Kismayo. A força da UA conta hoje com 17.700 soldados.

Mas o grupo islamita ainda controla áreas do sul do país e nos últimos meses intensificou a campanha de atentados suicidas.

Aviões americanos não-tripulados atacam com frequência os islamitas na Somália. A Casa Branca reconheceu em 2011 a existência de uma base de drones na Etiópia, mas negou que fossem de ataque.

O site especializado Globalsecurity.org indica que a CIA lança drones a partir de uma base militar americana no Djibuti, país que faz fronteira com a Somália localizado de frente para o Iêmen, do outro lado do Golfo de Aden. Essa posição estratégica permite ofensivas contra a Al-Qaeda nos territórios iemenita e somali.

De acordo com vários observadores, os shebabs continuam a ser uma grande ameaça na Somália, mergulhada no caos desde a queda do presidente Siad Barre, em 1991. Com ataques cada vez mais ousados ​​e elaborados, eles também são acusados de atuar fora dos limites do país, principalmente no leste da África.

Os shebab reivindicaram recentemente um ataque realizado em 21 de setembro contra o shopping Westgate em Nairóbi, invadido par militantes, que só foram neutralizados após 80 horas de cerco. O ataque deixou 67 mortos e cerca de vinte desaparecidos. Ele foi uma represália à participação de soldados quenianos na força da UA presente na Somália.

Antes de Westgate, os shebabs tinham efetuado dois ataques complexos envolvendo carros-bomba e homens-bomba contra um tribunal de Mogadíscio e contra o principal complexo da ONU na capital somali.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu recentemente que "as vitórias militares nos últimos anos contra os shebabs poderiam ser seriamente questionadas".

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