Ex-líder da Catalunha: Carles Puigdemont (Yves Herman/Reuters)
Reuters
Publicado em 28 de outubro de 2017 às 14h31.
Madri/Barcelona - O presidente destituído da Catalunha, Carles Puigdemont, pediu neste sábado por "oposição democrática" pacífica à tomada de controle do governo central sobre a região, após sua declaração unilateral de independência da Espanha.
Puigdemont, cujo governo regional foi destituído pelo primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, na sexta-feira, acusou Madri de "agressão premeditada" contra a vontade dos catalães.
Rajoy removeu Puigdemont, assumiu controle do governo da região autônoma e marcou uma nova eleição após o Parlamento da Catalunha se declarar uma nação independente na sexta-feira.
A ação ousada levou à pior crise política da Espanha nas quatro décadas desde retorno à democracia.
"É muito claro que a melhor forma de defender os ganhos feitos até agora é oposição democrática ao Artigo 155", disse Puigdemont em pequeno comunicado, referindo-se ao gatilho constitucional para a tomada de controle.
Mas ele foi vago sobre precisamente quais passos os separatistas irão tomar, conforme autoridades nacionais já estão indo para Barcelona e outras partes da Catalunha para cumprir a tomada de controle.
Países europeus, os Estados Unidos e o México também rejeitaram a declaração catalã e expressaram apoio pela unidade espanhola.
Puigdemont assinou o comunicado como presidente da Catalunha, demonstrando não aceitar sua retirada.
"Nós continuamos perseverando na única atitude que pode nos fazer vencedores. Sem violência, sem insultos, de uma maneira inclusiva, respeitando pessoas e símbolos, opiniões, e também respeitando protestos dos catalães que não concordam com o que foi decidido pela maioria parlamentar", disse.
(Reportagem de Sonya Dowsett e Jesús Aguado)