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Líder catalão diz não querer separação "traumática" da Espanha

Acontecimentos de domingo na região autônoma elevaram dramaticamente a temperatura de uma crise crescente entre Madri e Barcelona

Carles Puigdemont: "não queremos uma separação traumática... queremos um novo entendimento com o Estado espanhol" (Albert Gea/Reuters)

Carles Puigdemont: "não queremos uma separação traumática... queremos um novo entendimento com o Estado espanhol" (Albert Gea/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 10h50.

Madri - O líder da Catalunha, Carles Puigdemont, disse nesta segunda-feira que não busca uma separação "traumática" da Espanha, mas um novo entendimento, um dia depois de centenas de pessoas terem ficado feridas devido à ação da polícia para tentar impedir à força a realização de um referendo de independência.

Os acontecimentos de domingo na região autônoma elevaram dramaticamente a temperatura de uma crise crescente entre Madri e Barcelona e tornaram ainda mais difícil os dois lados se reunirem para tentar acertar um compromisso político.

Puigdemont disse que a votação, que atraiu milhões de eleitores desafiadores apesar de o Tribunal Constitucional da Espanha tê-la declarado ilegal, foi válida e vinculante e que "temos que aplicá-la".

Mas ele também afirmou em uma coletiva de imprensa: "Não queremos uma separação traumática... queremos um novo entendimento com o Estado espanhol".

O líder catalão disse que não teve nenhum contato com o governo central espanhol e que pediu que o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, diga se concorda com uma mediação das conversas sobre o futuro da região, a ser supervisionada pela União Europeia.

Ele acrescentou que o resultado final provavelmente não será apresentado ao Parlamento nesta segunda-feira ou na terça-feira.

O governo central de Madri enviou milhares de policiais para tentar impedir o plebiscito, e no dia da votação unidades do batalhão de choque usaram cassetetes e táticas agressivas que provocaram críticas em todo o mundo. Autoridades regionais disseram que quase 900 pessoas ficaram feridas.

Os comentários de Puigdemont representaram um novo desafio para Rajoy, que detém o poder constitucional de demitir o governo regional e submeter a Catalunha a um controle central até a realização de novas eleições.

Isso aumentaria ainda mais as tensões na região de 7,5 milhões de habitantes, com língua e cultura próprias, e poderia prejudicar a retomada econômica da Espanha.

Puigdemont convocou uma reunião de emergência do governo regional catalão e disse que a Catalunha criará uma comissão para investigar as alegações de abusos por parte da polícia espanhola.

Em Madri, Rajoy planeja coordenar os próximos passos em uma reunião com Pedro Sánchez, líder do opositor Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

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