Rudy Giuliani e Donald Trump na sala de imprensa da Casa Branca em 27 de setembro de 2020, em Washington DC (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 24 de junho de 2021 às 16h13.
Última atualização em 24 de junho de 2021 às 16h33.
Um tribunal de apelações do estado de Nova York suspendeu temporariamente a licença de advogado de Rudy Giuliani nesta quinta-feira, 24, por alegar que o ex-presidente Donald Trump perdeu a eleição presidencial de 2020 devido a fraude.
Giuliani, que foi prefeito de Nova York por oito anos, ajudou Trump a contestar legalmente o resultado da eleição presidencial de novembro de 2020 vencida pelo democrata Joe Biden, argumentando sem evidências que houve fraude eleitoral e que as urnas eletrônicas foram adulteradas.
“Existem provas incontestáveis de que o réu fez declarações falsas e enganosas aos tribunais, legisladores e ao público em geral na qualidade de advogado do ex-presidente Donald Trump e da campanha de Trump”, decidiu o tribunal.
As declarações falsas procuraram "fortalecer de maneira imprópria a narrativa do réu de que a ampla fraude eleitoral roubou de seu cliente a vitória na eleição presidencial".
“Concluímos que a conduta do réu ameaça imediatamente o interesse público e justifica uma suspensão provisória da prática da lei” até que a comitê de reclamações de advogados possa estudar o caso, acrescentou o tribunal em uma decisão de 33 páginas.
O pedido de revogação da licença de advogado foi feito por dezenas de advogados renomados que disseram estar agindo em defesa da democracia americana.
Giuliani pode apelar, mas a decisão observa que ele pode enfrentar "penalidades permanentes substanciais" no final do procedimento.
A decisão é um golpe para Giuliani, de 77 anos, que também era procurador do distrito sul de Nova York, uma das principais posições do país nessa área. Giuliani também está na mira da Justiça federal.
Os promotores de Manhattan revistaram sua casa e escritório em Nova York no final de abril, como parte de uma investigação sobre suas atividades na Ucrânia, e apreenderam vários dispositivos eletrônicos.
Giuliani diz que não violou as leis federais quando ajudou Trump a buscar informações comprometedoras sobre Joe Biden e seu filho Hunter ligado à Ucrânia em 2019, durante a campanha eleitoral.
O ex-presidente Trump afirma ser "um patriota que ama seu país" e que é vítima de perseguição política.