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Líbia: A guerra não terminou; rebeldes combatem em Sirte

Rebeldes e pequenos grupos isolados de fiéis a Kadhafi ainda combatem esporadicamente em Trípoli

Rebeldes líbios dirigem por uma rua em Trípoli (Filippo Monteforte/AFP)

Rebeldes líbios dirigem por uma rua em Trípoli (Filippo Monteforte/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2011 às 20h49.

Trípoli - A guerra na Líbia não terminou e ainda são necessárias operações para derrotar o regime líbio, reconheceu a coalizão, no momento em que os rebeldes enfrentam grande resistência na região de Sirte, um dos últimos bastiões de Muamar Kadhafi.

"A guerra na Líbia não terminou" e é necessária mais ajuda para derrotar completamente o regime de Muamar Kadhafi, consideraram nesta segunda-feira os chefes de Estado-Maior dos países envolvidos na ação militar neste país.

"Os chefes de Estado-Maior da coalizão são unânimes ao considerar que a guerra não terminou e que devem manter as operações conjuntas para que o povo líbio possa realizar seu objetivo e eliminar os restos do regime de Kadhafi", afirma o comunicado.

No início da reunião, o chefe da rebelião líbia, Mustafá Abdeljalil, havia assegurado que Muamar Kadhafi seguia representando "um perigo" e pediu à coalizão internacional que continuasse apoiando os novos dirigentes da Líbia.

"O desafio de Kadhafi às forças da coalizão continua sendo um perigo, não apenas para o povo líbio, mas também para o mundo inteiro", declarou Abdeljalil, chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político dos rebeldes. 

O coronel Muamar Kadhafi se reuniria a 100 km de Trípoli, na localidade de Bani Walid, com seus filhos Saadi e Seif al-Islam, segundo fontes da imprensa italiana com base em informações de "influentes diplomatas líbios".

Bani Walid, a sudeste de Trípoli, é considerada um bastião de Kadhafi. No sábado, foi relatada a presença de um comboio de 60 a 80 veículos a caminho desta cidade.


Durante a noite, o Ministério argelino das Relações Exteriores anunciou que a esposa do coronel Muamar Kadhafi e três filhos do líder líbio entraram nesta segunda-feira na Argélia.

"A esposa de Muamar Kadhafi, Safia, sua filha Aisha, seus filhos Hanibal e Mohamed, acompanhados dos filhos destes, entraram na Argélia às 08h45 (04h45 de Brasília) pela fronteira com a Líbia", indicou o ministério em um comunicado divulgado pela agência de notícias APS, sem apresentar maiores detalhes sobre o ex-homem forte líbio.

Na capital, a situação estava tranquila nesta segunda-feira, mas se somam à contínua falta de água os múltiplos cortes de eletricidade.

Durante a noite, meia dúzia de explosões foram ouvidas na capital, após um avião da Otan sobrevoar a região fazendo cessar por alguns minutos as rajadas de armas automáticas dos rebeldes, que comemoram a tomada desta cidade há quase uma semana.

Os combates terminaram em Trípoli, mas pequenos grupos isolados de fiéis a Kadhafi ainda combatem esporadicamente, essencialmente durante a noite, segundo os rebeldes.

Sirte, situada na região onde Kadhafi nasceu e onde poderia ter encontrado refúgio, é cercada a leste e a oeste pelas forças rebeldes posicionadas a 100 e 30 km, respectivamente.

Atualmente são realizadas negociações com os líderes tribais de Sirte para uma rendição da cidade, de acordo com diversas fontes. Mas um porta-voz dos rebeldes advertiu que elas não durarão eternamente e que, na falta de um acordo, a situação seria solucionada pelas armas.

No oeste, tudo indica que as forças fiéis a Kadhafi deixaram Ragdalin, 60 km a leste da Tunísia, mas lutaram ferozmente durante horas contra uma coluna de rebeldes totalmente desorganizada.

Já na cidade de Agadez, no norte do Níger, dezenas de jovens mercenários, em sua maioria tuaregues que combatiam na Líbia, regressaram subitamente, segundo uma autoridade contatada pela AFP.

No plano econômico, foi anunciado que o grupo petroleiro italiano ENI assinou nesta segunda-feira um acordo com o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político dos rebeldes líbios, com o objetivo de reativar suas atividades neste país e fornecer hidrocarbonetos para a população líbia, anunciou a entidade.

A ENI adiou para esta segunda-feira a assinatura do acordo, que deveria fechar na quinta-feira em Milão (norte da Itália) com o número dois da rebelião líbia, Mahmud Jibril.

O acordo foi assinado em Benghazi e deverá reforçar "a cooperação na Líbia entre a ENI e o CNT", indica o comunicado divulgado pelo grupo petroleiro.

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