Nos últimos meses, vários estrangeiros foram sequestrados no Sinai por beduínos (SXC.Hu)
Da Redação
Publicado em 31 de maio de 2012 às 12h32.
Cairo - Os dois turistas americanos sequestrados na noite de ontem por beduínos na Península do Sinai, no leste do Egito, foram libertados nesta quinta-feira, informou à Agência Efe uma fonte dos serviços de segurança.
Os turistas se dirigem agora à localidade de Taba, no norte do Sinai e fronteiriça com Israel, para continuar sua viagem.
A fonte não detalhou se as autoridades cumpriram a exigência dos seqüestradores de pôr em liberdade um beduíno detido para soltar os reféns.
Os turistas estavam hospedados no hotel Hilton de Dahab, junto ao Mar Vermelho, que deixaram ontem por volta das 16h30 locais (11h30 de Brasília) para tomar um micro-ônibus em direção à localidade de Taba, no norte do Sinai e fronteiriça com Israel.
Na metade do caminho, o veículo teve de parar porque a estrada fora interrompida por um protesto de membros da tribo beduína dos Tarabin.
Um dos beduínos disse ao motorista do micro-ônibus que o guiaria por outro caminho para chegar a seu destino, mas o conduziu até uma montanha onde obrigou os turistas americanos a descerem do veículo.
O beduíno e membros de sua tribo levaram os reféns a um lugar desconhecido e deixaram que o micro-ônibus seguisse seu trajeto com os demais passageiros.
Nos últimos meses, vários estrangeiros foram sequestrados no Sinai por beduínos com reivindicações similares, embora os raptos costumem durar pouco tempo.
Em 3 de fevereiro, dois turistas americanos foram raptados por algumas horas junto a seu guia egípcio após visitarem o mosteiro de Santa Catarina, no bíblico Monte Sinai.
Quatro dias antes, os beduínos haviam tomado como reféns 25 trabalhadores chineses, que foram libertados 24 horas depois.
A Península do Sinai, desmilitarizada devido aos acordos de paz de Camp David entre Israel e Egito (1978), é um dos principais polos do turismo no Egito.
Calcula-se que no Sinai há cerca 300 mil beduínos, distribuídos em 15 tribos que se consideram descendentes dos grupos árabes originais da Península Arábica.
Líderes tribais se queixam da marginalização na qual vivem suas comunidades e asseguram que a falta de atenção das autoridades os obriga a praticar atividades ilegais, como o contrabando.