Mundo

Liberais vendem dólares nas ruas de Buenos Aires

Militantes protestavam contra os controles do Fisco argentino à compra de divisas estrangeiras

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2012 às 21h50.

Buenos Aires - Um grupo de militantes de um partido político liberal da Argentina foi às ruas nesta segunda-feira para vender dólares publicamente no centro de Buenos Aires, em protesto contra os controles do Fisco argentino à compra de divisas estrangeiras.

O curioso protesto foi protagonizado por integrantes do Partido Liberal Libertário, uma legenda política em formação, cujos membros se concentraram nesta segunda-feira em pleno distrito financeiro de Buenos Aires para oferecer dólares na rua, em aberto desafio às normas que só permitem a compra e venda de moedas estrangeiras em bancos e casas de câmbio.

O protesto foi motivado pela decisão do Fisco de aumentar os requisitos para a compra de dólares, vigentes desde novembro passado, e de reforçar os controles para evitar as operações de compra e venda informais de divisas.

''Estamos sofrendo um ''corralito verde'', um ataque direto a nossa liberdade de fazer uso do fruto de nosso trabalho. O governo é o principal causador da inflação ao imprimir papel-moeda sem apoio do Banco Central e não nos deixa sequer nos proteger dessa inflação através da economia em dólares'', disse à Agência Efe o presidente do Partido Liberal Libertário, Gonzalo Blousson.

Desde o reforço dos requisitos e dos controles fiscais, a diferença entre o preço do dólar no mercado formal e seu valor no mercado paralelo disparou a cerca de 30%.

O dólar é cotado a 4,49 pesos por unidade em bancos e casas de câmbio, mas negociado a mais de 6 pesos no mercado informal, segundo a imprensa argentina.

No protesto organizado nesta segunda-feira pelo Partido Liberal Libertário, a moeda americana foi comercializada entre 5 e 6 pesos por unidade.

A venda ilegal de divisas é ilegal na Argentina, mas Blousson afirmou que a ação realizada por seu partido nesta segunda-feira foi uma ''venda simbólica, de US$ 1 ou US$ 2 por pessoa, como uma maneira de dizer ''basta'' ao governo e ressaltar que os cidadãos têm o direito constitucional de fazer uso de sua propriedade e de comercializar''.

''Não fomos lucrar com a venda de dólares, mas protestar, como parte de nosso exercício da liberdade de expressão. É uma maneira de resistir a essas regulações imorais'', afirmou Blousson.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCâmbioDólarMoedasPolítica no BrasilProtestos

Mais de Mundo

Trump nomeia Chris Wright, executivo de petróleo, como secretário do Departamento de Energia

Milei se reunirá com Xi Jinping durante cúpula do G20

Lula encontra Guterres e defende continuidade do G20 Social

Venezuela liberta 10 detidos durante protestos pós-eleições