Haia - O partido liberal de direita (VVD) do primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, venceu as eleições legislativas com 41 cadeiras contra as 39 obtidas pelos trabalhistas do PVDA, segundo os últimos dados divulgados nesta quinta-feira e que correspondem a 98% dos votos apurados.

O VVD se mantém como principal força do Parlamento holandês com 41 dos 150 deputados, o que representa um aumento de dez cadeiras sobre 2010, enquanto os trabalhistas, com 39 assentos, aumentaram nove em relação ao pleito anterior, segundo dados divulgados pela televisão pública holandesa "NOS".

A maior surpresa do pleito foi a queda do eurófobo e antimuçulmano Geert Wilders e seu Partido pela Liberdade (PVV), que ficou com 15 cadeiras, nove a menos que as que conseguiu em 2010.

Dos quase 13 milhões de holandeses com direito de voto, participaram 74%, o que representa uma redução de um ponto em relação às eleições de dois anos atrás.

A imprensa holandesa interpreta os resultados como um retorno ao centro dos eleitores e uma rejeição das políticas extremistas, principalmente devido ao castigo ao PVV nas urnas.

A mudança nos padrões de voto também pode ser vista como uma aposta europeísta dos holandeses, que em sua maioria preferiram não votar em Wilders nem no partido socialista liderado por Diederik Samsom, que baseou boa parte de sua campanha eleitoral em criticar a política de austeridade europeia.

Rutte necessitará formar coalizão para governar em maioria e para isso poderia começar hoje mesmo a negociar com os socialistas, segundo a "NOS".

Embora ambas forças tenham se mostrado favoráveis a formar um governo estável e concordarem em pontos como a solidariedade com os países europeus do sul, o processo não parece fácil devido a diferenças significativas sobre políticas de sociedade e economia.