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Liberais do Canadá se reúnem em meio a provocações de Trump sobre anexação pelos EUA

Após renúncia de Justin Trudeau, presidente americano eleito publicou na sua rede social uma imagem dos dois países anexados

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 07h14.

Última atualização em 9 de janeiro de 2025 às 08h07.

O Partido Liberal do Canadá reuniu-se na quarta-feira, 8, para discutir a busca de um substituto para o primeiro-ministro do país e líder da legenda, Justin Trudeau, em meio às provocações do presidente eleito americano, Donald Trump, sobre uma anexação do país pelos Estados Unidos.

Dois dias depois de Trudeau anunciar a decisão de deixar o cargo de premiê e de líder do Partido Liberal, nenhum dos possíveis candidatos para substituí-lo declarou que vai se candidatar.

Apenas o ex-presidente do Banco do Canadá, Mark Carney, indicou que analisa a possibilidade. Mas Chrystia Freeland, vice-primeira-ministra e ministra das Finanças de Trudeau até dezembro, quando renunciou, permanece em silêncio absoluto sobre suas intenções.

Foi a inesperada renúncia de Freeland em 16 de dezembro, em meio a críticas às políticas de Trudeau e à falta de planos do governo canadense para lidar com o segundo mandato de Trump, que provocou a decisão de Trudeau deixar seu cargo.

Hoje, o novo ministro das Finanças, Dominic LeBlanc, um dos políticos mais veteranos do Partido Liberal, anunciou que decidiu não se candidatar à liderança da legenda para se concentrar nas relações com os EUA.

Alguns dos parlamentares que pararam para responder às perguntas da imprensa antes da reunião da bancada liberal, da qual Trudeau participou, indicaram que sua preferência é por um líder “que represente ideias de centro” em vez das de esquerda.

O parlamentar Jody Sgro expressou a necessidade de que o futuro líder liberal seja alguém que “compreenda as necessidades dos canadenses e os coloque em primeiro lugar”.

As palavras de Sgro, que é próximo a Trudeau, são um reconhecimento de que o primeiro-ministro canadense, cuja queda nas pesquisas de opinião provocou a convulsão interna que forçou sua renúncia, perdeu o contato com os eleitores na última parte de seu mandato.

Embora os liberais ainda não tenham decidido como será o processo de substituição de Trudeau e estejam se preparando para uma eleição antecipada de outubro já para este primeiro semestre, a crise desencadeada pelos comentários de Trump não diminui.

Joly reconheceu nesta quarta-feira que “os canadenses estão muito preocupados com o que está acontecendo” entre os dois países.

“Há muita ansiedade. Os comentários do presidente eleito (dos EUA) são inaceitáveis e, dadas as circunstâncias, precisamos de liderança. Acho que quando o presidente eleito Trump fala, precisamos levar isso muito a sério. Eu nunca vejo suas ameaças como brincadeira”, acrescentou.

LeBlanc, que estava presente no jantar entre Trudeau e Trump em 29 de novembro, na mansão do presidente eleito americano em Mar-a-Lago, na Flórida, onde Trump mencionou pela primeira vez a ideia de anexar o Canadá, falou em termos semelhantes.

“Durante o jantar em Mar-a-Lago, ele estava sorrindo, e parecia uma piada. Agora está começando a ser contraprodutivo, e a piada acabou”, declarou.

O ministro da Imigração, Marc Miller, afirmou que se trata de algo "ridículo” e que "não há nenhuma chance" de o Canadá se tornar "o 51º estado dos EUA”.

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