Primeiro Ministro recém-nomeado, Enrico Letta, deixa sua residência no centro de Roma (Alessandro Bianchi/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2013 às 09h41.
Roma - O primeiro-ministro designado da Itália, Enrico Letta, iniciou nesta quinta-feira as complicadas negociações para tentar formar um novo governo e encerrar dois meses de impasse na terceira maior economia da zona do euro.
Letta, vice-líder do dividido Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, foi a surpreendente escolha do presidente Giorgio Napolitano para comandar uma coalizão ampla.
Os mercados reagiram favoravelmente à perspectiva de fim do impasse, e houve queda nos juros da dívida pública.
"O mercado está em geral positivo, há um grau de serenidade. Letta é um nome novo, e um bom ‘homem de consenso', ao contrário de (Giuliano) Amato, que exala a velha ordem e poderia ter causado algumas caretas", disse um operador do mercado financeiro em Milão.
O ex-premiê Amato, de 75 anos, era cotado como a primeira opção de Napolitano.
O governo incluirá o mais tradicional rival do PD, o Partido Povo da Liberdade (PDL), de centro-direita, do ex-premiê Silvio Berlusconi. O bloco centrista do premiê interino Mario Monti também já anunciou apoio ao novo governo.
Aos 46 anos, Letta, um político cortês e moderado, fluente em inglês, será um dos mais jovens primeiros-ministros da história italiana, e representa uma mudança de gerações em relação à era de Amato, Berlusconi e Monti.
Berlusconi disse a uma TV italiana que não importa quem irá comandar o governo, desde que ele promova reformas.
"O importante é que haja um governo e que haja um Parlamento que possa aprovar medidas das quais absolutamente precisamos para emergir da crise da recessão e voltar ao caminho do crescimento", afirmou.
Letta iniciou na manhã de quinta-feira as consultas com partidos menores, incluindo o Esquerda Ecologia Liberdade e o Partido da Liberdade, que reiteraram sua permanência na oposição.
O partido alternativo Movimento 5 Estrelas, terceiro maior bloco parlamentar, também disse que ficará na oposição, mas que apoiará reformas específicas.
A quinta-feira deve ser dedicada às barganhas em torno dos 18 cargos ministeriais, a serem provavelmente ocupados por uma mistura de políticos e tecnocratas.
Letta espera formar o governo antes da abertura dos mercados na segunda-feira, e buscará votos de confiança da Câmara e do Senado no começo da próxima semana.