Diante da ameaça de novas eleições, Letta explicitamente pediu pelo menos mais 12 meses de poder (REUTERS/Tony Gentile)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2013 às 06h49.
Roma - O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, pediu aos parlamentares nesta quarta-feira que "aproveitem o momento" e afastem o país de "riscos potencialmente fatais".
Letta fez um pronunciamento ao Senado antes de um planejado voto de confiança que deve decidir se seu governo de coalizão permanece no poder.
A votação foi convocada depois que Silvio Berlusconi, chefe do Partido Povo da Liberdade, ordenou que seus ministros que renunciassem aos cargos no gabinete. Berlusconi também havia dito a todos os seus parlamentares que votassem contra o governo e a favor de novas eleições.
A votação será realizada depois que os senadores reagirem ao discurso de Letta e após o primeiro-ministro responder aos legisladores. A votação está prevista para ocorrer por volta das 8h00 (de Brasília).
"A estabilidade é um valor absoluto", disse Letta, lembrando que a Itália teve apenas três primeiros-ministros - embora vários governos - durante a era do pós-guerra até 1968, quando houve um rápido crescimento econômico. As coisas ficaram ruins depois de 1968, disse Letta, que começou sua carreira política como um democrata cristão, mas agora é o segundo oficial na hierarquia do Partido Democrata. O atual partido de Letta é o sucessor do antigo Partido Comunista da Itália.
Letta explicitamente pediu pelo menos mais 12 meses de poder, alegando que seu gabinete está "prestes de ser capaz de" conduzir importantes reformas institucionais.
Novas eleições só levariam a uma outra votação inconclusiva e outra administração de ampla coalizão, em grande parte, devido a peculiaridades na lei eleitoral atual, afirmou Letta.
Ele também insistiu que os problemas judiciais de Berlusconi - acima de tudo, uma condenação por fraude fiscal que pode bani-lo de cargos públicos - não devem ser misturados com o processo político.
O primeiro-ministro acrescentou que a Itália precisava baixar os impostos gerais e aumentar a sua competitividade. Fonte: Dow Jones Newswires.