Novas regras: a partir de agora vai ser crime cruzar a fronteira sérvia, com punição prevista de até três anos de prisão (REUTERS/Marko Djurica)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2015 às 10h43.
Budapeste - Novas leis mais duras entraram em vigor na Hungria nesta terça-feira, para tentar conter o fluxo de pessoas desesperadas que tentam cruzar o país.
Os imigrantes que chegam ao país ainda enfrentam uma recentemente concluída cerca na fronteira com a Sérvia.
Além disso, a Hungria declarou situação de crise na fronteira com a Sérvia, por causa da imigração em massa.
Com isso, as autoridades têm mais poder para tentar conter o fluxo, incluindo controle sobre as instituições públicas e rodovias, além de acelerar os processos para os que solicitam asilo.
A promessa da Hungria de fechar sua fronteira com a Sérvia, país que não pertence à União Europeia, levou a uma corrida de pessoas que tentavam chegar antes disso, na segunda-feira, entre elas pelo menos 5.353 no período de 12 horas.
A Hungria transportou essas pessoas em trens e ônibus na direção da Áustria e muitos esperavam chegar logo à Alemanha.
As novas medidas, que entram em vigor na terça-feira, tornam um crime cruzar a fronteira sérvia, com punição prevista de até três anos de prisão.
O país também anunciou o envio de tropas para a região fronteiriça.
A situação de crise foi decretada nos condados de Csongrad e Bacs-Kiskun, na fronteira com a Sérvia, e entrou em vigor à tarde, disse o porta-voz do governo Zoltan Kovacs a repórteres.
"Não há a necessidade de vir aqui ilegalmente", disse ele, acrescentando que a entrada legal no país deve ser encorajada.
A União Europeia luta para lidar com uma onda de pessoas que tentam chegar ao bloco, muitas delas tendo como meta ficar na Alemanha.
No domingo, Berlim introduziu controles temporários na fronteira, em um esforço para desacelerar esse fluxo, o que tem tido um efeito dominó pela Europa.
A ministra de Interior da Polônia, Teresa Piotrowska, disse não ver necessidade de medidas extraordinárias de controle na fronteira sul do país.
Segundo ela, os guardas na fronteira geralmente já impedem a passagem de grupos de pessoas, a maioria chechenos, que tentam entrar sem os vistos necessários para chegar à União Europeia
Países como Hungria, República Checa e Polônia recusam-se a apoiar um plano que exigiria que cada membro da UE aceitasse uma cota de pessoas em busca de asilo.
A Comissão Europeia gostaria de ver uma decisão final sobre o plano para dividir os 120 mil imigrantes no próximo encontro dos ministros de Interior da UE, dia 8 de outubro, disse um porta-voz.