Energia eólica: com 377 projetos cadastrados, no total de cerca de 9 GW, o leilão ocorre em um momento em que empresas têm forte interesse em viabilizar o estoque de empreendimentos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2013 às 12h15.
São Paulo - O leilão de energia de reserva com eólicas, que contratará energia a ser entregue a partir de setembro de 2015, começou no final da manhã desta sexta-feira, após atraso de cerca de uma hora e meia, segundo informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável por operar o certame.
O motivo do atraso do leilão, que estava marcado para começar 10 horas, não foi informado pela Comissão de Licitação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Com 377 projetos cadastrados, no total de cerca de 9 gigawatts (GW), o leilão ocorre em um momento em que empresas têm forte interesse em viabilizar o estoque de empreendimentos em suas carteiras, ao mesmo tempo em que enfrentam um cenário menos propício para realizar ofertas agressivas, com a alta do dólar influenciando o preço de equipamentos e exigência de maior eficiência dos parques.
No leilão de sexta-feira, passa a valer a regra de que parques eólicos têm que garantir uma eficiência de 90 por cento da geração de energia declarada (P90), ante 50 por cento nos leilões anteriores.
Empreendedores oferecem energia de novos projetos eólicos para venda às concessionárias de distribuição durante o leilão, sendo que vencem aqueles que ofertarem os menores preços de energia, que também devem estar abaixo do preço máximo estabelecido pelo governo, de 117 reais por megawatt-hora (MWh).
A energia vai sendo vendida até atender a demanda declarada pelas distribuidoras e enquanto houver oferta pelos detentores de projetos.
Na primeira fase do leilão, já encerrada, as empresas ofereceram um lance de preço e a quantidade de energia que querem vender para disputarem uma "vaga" no sistema de transmissão de energia. Passam para a segunda fase, os projetos que tiverem garantido a conexão ao sistema de transmissão na primeira fase.
Já na segunda etapa, as empresas começam a disputar pela venda da energia às distribuidoras, com ofertas de preço.
Os leilões de reserva servem para incrementar a oferta de energia do sistema e reduzir os riscos de desequilíbrio entre a oferta e demanda de energia elétrica.
A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) espera demanda de 2 GW no leilão por parte das distribuidoras, se seguir a lógica de outras competições desse tipo, segundo informou a presidente da associação, Elbia Melo, nesta semana.
Dos projetos cadastrados, 123 estão na Bahia, 63 no Ceará, dois no Maranhão, nove na Paraíba, 14 em Pernambuco, 31 no Piauí, 41 no Rio Grande do Norte e 94 no Rio Grande do Sul.