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Lei marcial: investigador da Coreia do Sul promete prisão de presidente destituído até segunda-feira

Tribunal emitiu mandado de prisão após Yoon Suk-yeol se negar a colaborar com as investigações; líder conservador prometeu lutar 'até o fim' em comunicado a manifestantes que continuam a protestar a seu favor

Agência o Globo
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Publicado em 1 de janeiro de 2025 às 13h54.

Última atualização em 1 de janeiro de 2025 às 13h54.

O chefe do Departamento de Investigação de Corrupção da Coreia do Sul, Oh Dong-woon, afirmou nesta quarta-feira que irá cumprir uma ordem de prisão contra o presidente destituído do país, Yoon Suk-yeol até segunda-feira, cumprindo o prazo de uma decisão judicial expedida no contexto da investigação relacionada ao decreto de lei marcial no começo de dezembro, que afundou o país asiático em uma crise política.

"Queremos um processo calmo, sem grandes perturbações, mas também estamos nos coordenando para mobilizar a polícia e o pessoal", disse o investigador a repórteres.

Um tribunal sul-coreano emitiu um mandado de prisão contra o líder conservador, atendendo a um pedido da investigação, após Yoon ter ignorado por três vezes convocações de investigadores para testemunhar no caso.

A equipe jurídica de Yoon garantiu que a ordem de prisão é "ilegal e inválida" e entrou com recurso exigindo sua anulação.

Em um comunicado emitido nesta quarta-feira, o presidente destituído afirmou que lutaria "até o fim", contando com o apoio de simpatizantes que estão acampados ao redor de sua residência. Até agora, os serviços de segurança do presidente não cooperaram com os investigadores e impediram-nos de cumprir buscas em locais ligados ao presidente.

"A República da Coreia está atualmente em perigo devido a forças internas e externas que ameaçam sua soberania e às atividades de elementos antiEstado. Juro lutar ao lado de vocês até o fim para proteger esta nação", disse Yoon em uma declaração entregue aos manifestantes.

A equipe de investigadores, contudo, afirmou de antemão que não irá admitir nenhum tipo de resistência ao cumprimento da ordem de prisão.

"Consideramos ações como montar várias barricadas e trancar portões de ferro para resistir à execução do nosso mandado de prisão como obstrução de deveres oficiais", disse Oh, acrescentando que qualquer um que fizer isso "poderá ser processado".

Jo Seoung-lae, um legislador do Partido Democrata da oposição, disse em uma declaração que a mensagem de Yoon era "altamente inapropriada", chamando-o de "delirante" e acusando-o de tentar incitar conflitos.

Do lado de fora do complexo presidencial, dezenas de pessoas — algumas em fantasias — podiam ser vistas gritando, cantando e lançando insultos à polícia. Ao cair da noite, manifestantes pró-Yoon agitavam bastões luminosos e cartazes anti-impeachment.

Autoridades sul-coreanas falharam anteriormente em executar mandados de prisão para legisladores — em 2000 e 2004 — devido a membros do partido e apoiadores que bloquearam a entrada da polícia durante o período de sete dias em que o mandado era válido.

Renúncia frustrada

A equipe de assessores do mandato de Yoon, incluindo o chefe de gabinete e conselheiros especiais, entregou uma renúncia conjunta ao presidente interino do país, Choi Sang-mok, que as rejeitou, pedindo, em vez disso, unidade.

"Este é um momento para todos se unirem pela estabilidade do sustento do povo e dos assuntos nacionais", disse Choi.

As renúncias foram uma demonstração de descontentamento com a decisão do presidente interino de nomear dois novos juízes para o tribunal constitucional que ouvirá o impeachment de Yoon — atendendo a uma demanda fundamental da oposição, mas rotulada como um abuso dos poderes do líder interino pela equipe de Yoon.

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