Rosenbaum disse em uma audiência no Senado que a lei criminal federal não cobre a "grande maioria" dos crimes de guerra que chegam aos Estados Unidos (AFP/Divulgação)
AFP
Publicado em 28 de setembro de 2022 às 16h36.
A legislação federal dos Estados Unidos é insuficiente para julgar criminosos de guerra no país, destacou nesta quarta-feira (28) Eli Rosenbaum, um americano famoso por caçar nazistas. Ele é encarregado pelo Departamento de Justiça de investigar supostos crimes de guerra russos na Ucrânia.
Rosenbaum disse em uma audiência no Senado que a lei criminal federal não cobre a "grande maioria" dos crimes de guerra que chegam aos Estados Unidos, a menos que a vítima ou o autor sejam americanos.
"Dados os crimes desprezíveis que a Rússia está cometendo durante sua injustificada guerra na Ucrânia, essa audiência está ocorrendo no momento mais apropriado, urgente e assustador possível", disse o advogado de 67 anos, que dedicou grande parte de sua carreira para processar os nazistas criminosos de guerra.
As leis federais não permitem ajudar os americanos que são torturados no exterior, a menos que o autor também seja nativo ou viva nos Estados Unidos, disse o Rosenbaum.
Ele ainda reafirmou não existir uma lei sobre "crimes contra a humanidade", muitas vezes cometidos fora do contexto da guerra, como a escravidão ou os assassinatos em massa.
"Os russos e outros criminosos de guerra que vêm aqui não deveriam poder escapar da justiça penal e encontrar um porto seguro" nos Estados Unidos, segundo o advogado.
Ele especificou ainda que o Pentágono, o Departamento do Estado e os Departamentos de Justiça e Segurança Interna concordaram com "soluções técnicas" para aliviar as deficiências legais.
Na semana passada, investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) acusaram Moscou de cometer um "número considerável" de crimes de guerra em quatro regiões da Ucrânia, ainda nas primeiras semanas após a ofensiva russa.
Os investigadores consideraram ser muito cedo para falar de crimes contra a humanidade, ao contrário do que é afirmado por algumas ONGs e a Ucrânia.
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