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Legalizar maconha no Canadá é um caminho audacioso, diz Trudeau

Com a legalização, o Canadá se tornará este ano o primeiro país do G7 a autorizar a produção de maconha

Trudeau: os canadenses gastaram cerca de US$ 4,4 bilhões com maconha em 2017 (Chris Wattie/Reuters)

Trudeau: os canadenses gastaram cerca de US$ 4,4 bilhões com maconha em 2017 (Chris Wattie/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de maio de 2018 às 11h38.

A legalização da maconha no Canadá, que se tornará efetiva "no verão (hemisfério norte)", é observada de perto pelos aliados de Ottawa que poderão segui-la rapidamente - declarou o primeiro-ministro Justin Trudeau em entrevista exclusiva à AFP.

Promessa de campanha, a medida fará do Canadá o primeiro país do G7 a autorizar a produção, a comercialização e o consumo dessa droga, cinco anos depois do Uruguai, primeiro Estado do mundo a fazê-lo.

O Senado canadense deve adotar uma versão final do projeto de lei no início de junho para que entre em vigor "durante o verão (boreal)", segundo o premiê.

"Há muito interesse dos nossos aliados pelo que estamos fazendo. Eles reconhecem que o Canadá está percorrendo um caminho audacioso (...) e reconhecem nossa honestidade, quando aceitamos que o sistema atual não funciona para impedir que os jovens tenham um fácil acesso à maconha", garantiu, a um mês da cúpula de chefes de Estado e de Governo do G7 no Canadá.

"Em muitos países, entre eles o Canadá, é mais fácil (para um menor de idade) comprar um baseado do que comprar uma cerveja. Isso não tem nenhuma lógica! E, além disso, é uma terrível fonte de receita para o crime organizado", continuou.

Seu governo liberal considera que, "ao controlar e regulamentar a venda da maconha, poderemos proteger melhor nossas comunidades, nossos jovens", explica.

"Os aliados, com os quais temos falado, estão interessados em ver como isso vai acontecer (...) antes de se aventurar", destacou Trudeau, sem especificar os países, aos quais se refere.

"Se funcionar bem, e eu espero que funcione bem, me surpreenderia se levassem muito tempo para considerar que o modelo pode funcionar para eles", afirmou.

Uma vez que o governo federal tenha legalizado a maconha, províncias e territórios terão a tarefa de organizar sua comercialização. Ontário e Québec, que representam mais de dois terços da população canadense, já preveem um marco regulatório estrito nas mãos de empresas públicas especializadas.

Em termos de valor, a produção da "indústria de cannabis iguala a da indústria de cerveja" e é "maior do que a indústria do cigarro", segundo números oficiais que estimam em 5,7 bilhões de dólares canadenses (cerca de US$ 4,4 bilhões) os gastos dos canadenses com maconha em 2017.

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